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Menina de MS que foi levada da família por mãe biológica é encontrada

A filha adotiva de Jane e João, de 6 anos, sumiu após visita da mãe biológica em Bela Vista, MS. Após 35 dias, ela foi encontrada pela investigadora Maria Campos, que já encontrou mais de 2.600 pessoas desaparecidas.

G1MS - 05 de agosto de 2018 - 15:00

A menina Maiza Valentina Mattos Carvalho, de 6 anos, que estava desaparecida desde o dia 30 de junho, foi encontrada na tarde deste sábado (4) em um assentamento em Guiratinga, MT. Maiza foi levada da família adotiva que mora em Bela Vista, MS, pela mãe biológica no dia 30 de junho.

A investigadora Maria Campos, que já fez mais de 2.600 encontros entre familiares e pessoas desaparecidas, estava no caso desde a última quarta-feira (1): "Com o apoio da polícia civil de Rondonópolis, fizemos várias buscas e conseguimos lograr êxito". A menina foi encontrada em um assentamento em Guiratinga, MT. "Já estou com ela no carro, estamos levando ela pra casa neste momento", conta a investigadora.

Para o pai adotivo de Maiza, João Carvalho, o momento é de uma alegria inexplicável:

"Passamos dias de agonia aguardando uma ligação, alguma notícia, alguém que dissesse 'encontramos sua filha' e hoje esse dia chegou! Não tenho como explicar o quanto estou feliz", emociona-se o pai.

João e a esposa Jane Mary Garcia Mattos Carvalho adotaram Maiza quando ela tinha 2 anos. O pai biológico é irmão de Jane, e teve um relacionamento com a mãe biológica da menina por 4 anos. Quando o relacionamento acabou, nenhum dos dois quis ficar com a criança: "Ele queria viver a vida de solteiro dele e ela disse que iria embora para Portugal, então eles nos entregaram a Maiza. Nós não conhecíamos a menina, mas aceitamos cuidar dela como nossa filha". O casal detém a guarda definitiva de Maiza desde outubro do ano passado.

A menina de 6 anos foi levada pela mãe biológica, Gleice Mara Dias, no dia 30 de junho. Ela viajou de Rondonópolis (MT) até Bela Vista (MS), a 309km de Campo Grande, onde a família mora, para visitar a filha, acompanhada de uma advogada. Gleice prometeu levar Maiza no dia seguinte e não apareceu.

Mãe adotiva sentiu que algo estava errado
João conta que Maiza saiu de casa no sábado (30) pela manhã e que estava feliz: "Entregamos a Maiza no sábado cedo, ela estava toda sorridente, tinha visto a mãe poucas vezes nesses últimos 4 anos. Nós nunca escondemos nada dela sobre a adoção, ela estava feliz por encontrar a mãe".

Gleice deveria entregar a menina no domingo às 18h, e conforme se aproximava a hora marcada, a mãe adotiva ficava ansiosa: "A Jane me disse, 'meu coração me diz que tem alguma coisa errada' e quando passou das 18h e nada dela aparecer, entendemos o que tinha acontecido e fomos atrás" relata.

Desde então, os momentos de desespero que se seguiram ao sumiço da menina foram a rotina da família ao longo de um mês: "O desespero foi grande, a gente aguentou por conta de fé e do apoio de familiares e amigos mesmo", conta.

A participação da advogada
Gleice chegou na casa dos pais adotivos de Maiza acompanhada da advogada Ingrydys Hananda Mingoti. Em outubro do ano passado, o casal conseguiu a guarda definitiva de Maiza, mas no começo deste ano, a mãe biológica procurou a Justiça para revogar a decisão e ter a filha de volta. O pedido foi negado em primeira instância. Em seguida, a advogada de Gleice entrou com um processo para ela ter o direito de visitar Maiza, e conseguiram. A primeira visita ficou marcada para 30 de junho e Ingrydys veio de Rondonópolis acompanhando Gleice.

Segundo o pai adotivo de Maiza, a menina foi levada no sábado pela manhã, e no domingo, depois de passado a hora marcada para o retorno da criança, como Gleice não apareceu ele ligou para a advogada: "Ela me disse que já estava bem Rondonópolis e que tinha deixado as duas em Bela Vista. Quando falei que ela não apareceu e que queria saber onde estava a Maiza, ela me respondeu 'Se ela não devolveu a sua filha, isso não é problema meu', mas tenho certeza de que ela sabia de todo o plano e teve tempo suficiente para avisar as autoridades, mas não fez" conta.

O pai disse ainda que a advogada fez registro em duas pousadas em Bela Vista: "Como ela não apareceu na hora marcada, nós fomos procurar pela cidade. Descobrimos que em uma pousada ela se hospedou com a Gleice e em outra, ela fez o registro, pagou, e disse que viriam uns amigos para tomar banho. Quem veio foi o atual marido da Gleice. Então ela pegou as malas, levou para o outro hotel e foi embora. A dona da pousada registrou tudo isso por escrito, reconheceu firma e esse documento está no processo", afirma.

O pai da menina afirma que a advogada poderia ter percebido alguma movimentação diferente e avisado a família ou a polícia, mas não o fez: "Nós temos certeza de que ela foi conivente do início ao fim e aguardamos a polícia tomar providências".

A advogada não atendeu às ligações da equipe do G1.

O que diz a polícia
Segundo o delegado Diego Satiro, delegado titular de Bela Vista, o caso corre em segredo de justiça e a polícia não pode dar mais informações sobre o caso. Sobre o envolvimento da advogada, o delegado afirma que está sendo investigado, a princípio. O atual marido da advogada já foi ouvido. Eles ainda não foram formalmente indiciados.

O delegado de Rondonópolis, João Paulo de Andrade, confirmou que a advogada e o atual companheiro da mãe da criança foram notificados para prestar depoimento.

 

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