Hoje, olhando algumas fotos arquivadas na pasta virtual do setor em que trabalho, deparei-me com uma foto da confraternização ocorrida em 2012. Eu estou nela. Um misto de alegria e de tristeza invadiu o meu ser.

Alegria por ver que hoje sou outra pessoa, não simplesmente por causa da estética, mas, principalmente, por causa do que me tornei, mais confiante e segura da minha condição de mulher.

Tristeza por perceber que anos da minha vida passaram e eu nem notei, nos quais eu me anulei completamente, esqueci que sou mulher e que posso ser linda, maravilhosa e poderosa. Não tirava foto para não registrar o meu estado, a foto encontrada é uma das poucas que tenho daquela época. Eu não me escondia da sociedade, cheguei à conclusão de que eu me escondia de mim mesma.

É como se outra pessoa tomasse minha alma e meu ser, é como se eu vivesse outra vida, renovada, e por isso não me reconheço mais olhando essas fotos.

Por outro lado, ao escrever este texto, um sentimento de orgulho invadiu-me, pois, se sou hoje outra pessoa, foi porque tive coragem de enfrentar aquilo que me anulava e me escondia. Por isso, procuro incentivar às mulheres que, assim como eu sofri, sofrem com a obesidade e se deprimem ao ver sua imagem refletida no espelho.

Uma coisa sempre digo para quem me procura e pede apoio: “Para mudar, você deve se conscientizar de que é a pessoa mais importante na sua vida”.

(*) Trecho do livro em construção: "Memórias de uma Mulher de 40 e uns". Contato: [email protected].