Quando olho para trás e lembro de tantas provas de corrida, do quanto fiquei obcecado com treinos, melhorar tempos, eu penso: “por que eu ficava tão estressado com esses detalhes?”. Por incrível que pareça, na minha memória eu nem lembro exatamente dos recordes pessoais, muito menos dos treinos insanos que fiz, tetando ser um atleta melhor. É claro que o atleta de alta performance precisa pensar muito sobre como evoluir e ser cada vez mais competitivo. E talvez muitos corredores gostem de perseguir o relógio, buscando melhorar seus tempos. Só que eu não. Simples assim.

E o que eu guardo de recordação de todos os momentos que vivi e ainda vivo na corrida? Me lembro das conversas deliciosas com amigos, alunos. Também estão guardadas as brincadeiras, as risadas que acontecem antes, durante ou depois de correr. Às vezes as gargalhadas aconteciam num café, ou simplesmente ali mesmo durante a corrida. Por exemplo, ao acompanhar um grupo de alunos na Maratona de NY, um dia após a prova fomos passear numa dessas grandes lojas com produtos de corrida. Meu aluno vê uma corredora e pergunta : você também correu a Maratona de NY? Como você foi? Ela, muito humilde, abre um sorriso e diz: “eu venci a prova…”. Haháhá! Nem sabíamos que estávamos diante da campeã daquele ano. A experiência poderia ter sido constrangedora, mas no final demos muitas risadas. Inclusive a própria corredora.

Enfim, várias histórias e a corrida proporciona inclusive saúde.

Renato Dutra é professor de educação física, assessor de corrida, Graduado pela USP (CREF911G-SP); Pós Graduado pela UNIFESP; Colunista VEJA (2007-2014); Comentarista de Triatlo SporTV 2007-2010; Diretor Técnico da maior assessoria do Brasil (Run & Fun) 2010-2015; Colunista Sport Life 2014-2017; Autor do livro Dieta dos Passos e Malhação para Adolescentes. Contato: [email protected]