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Memória: Em 1970, São Paulo quebrou jejum de títulos importantes

Fábio Pereira, FPF - 10 de setembro de 2010 - 07:17

O ano de 1970 foi marcante para a história do São Paulo Futebol Clube. Além de sagrar-se campeão paulista pela oitava vez, a vitória por 2 a 1 contra o Guarani, no dia 9 de setembro, deu ao clube do Morumbi um título depois de treze anos de espera.

As preocupações em finalizar a construção do estádio Cícero Pompeu de Toledo atrapalharam, em muito, os planos dos torcedores do São Paulo em tirar o grito entalado na garganta. Cimento, pedra e ferro eram as principais aquisições dos dirigentes são-paulinos entre os anos de 1957 e 1969.

No final de 1969 a diretoria, cansada do jejum de mais de uma década, resolveu se mexer e trouxe o tricampeão paulista (1967/68/69) pelo Santos, Toninho Guerreiro e o craque Gérson, que no mesmo ano se sagraria campeão mundial pela Seleção Brasileira em 1970 no México. Com um belo elenco formado por grandes jogadores, um estádio particular para mandar suas partidas e a torcida em ascensão, foi só uma questão de tempo para o time iniciar um ciclo de títulos que dura até os dias atuais.


Ex-ponta esquerda tricolor entre os anos de 1964 e 1972, Paraná lembra-se das qualidades dos principais jogadores do elenco do São Paulo na campanha vitoriosa de 1970. “Nosso time era muito guerreiro. Todos lutavam como se fosse o último jogo da vida. Forlán era um lateral de muita qualidade e Terto e Toninho Guerreiro eram as peças-chaves, mas todo mundo tinha sua importância dentro da equipe. Éramos um time de operários”, ressalta Paraná, bicampeão paulista 1970/71, que também credita o título ao empenho do treinador da época. “Zezé Moreira era um técnico muito disciplinador e competente, e as coisas só foram se arrumando com a chegada dele. Ele sempre dizia que quem resolvia não era o técnico e sim os jogadores. Dava total liberdade para os atletas darem sugestões e sabia comandar o grupo”, enaltece Paraná.

Outros jogadores como o goleiro Sérgio, o uruguaio Pablo Forlán – pai de Diego Forlán, o melhor jogador da Copa do Mundo de 2010 – e Roberto Dias, além do técnico Zezé Moreira, compunham o elenco que deu o título à torcida tricolor com uma rodada de antecedência no Paulistão de 1970. A campanha vitoriosa foi composta por 18 jogos, 12 vitórias, 3 empates e 3 derrotas; o ataque são-paulino terminou a competição com 29 gols e a defesa sofreu outros 15. O atacante Toninho Guerreiro terminou como o artilheiro principal da equipe, com 13 gols.

O ex-lateral-esquerdo Gilberto Sorriso também é um dos faziam parte do time em 1970. Recém-chegado ao time principal, Gilberto guarda boas lembranças dos principais jogadores daquele grupo, que no ano seguinte se tornaria bicampeão paulista. “Foi um ano muito importante para mim. Tinha acabado de subir para os profissionais e os jogadores mais experientes como Roberto Dias e o Gérson me davam muito apoio. Me lembro do Canhotinha (Gérson) quando ele dizia: ‘Garoto, você só tem que roubar a bola e me passar. Deixa que eu faço o resto’, lembra Sorriso, que hoje, com 58 anos, é coordenador técnico em um projeto para crianças da prefeitura de São Paulo.


A vitória contra o Guarani garantiu o título com uma rodada de antecedência. A entrega das faixas aconteceu na rodada final, na vitória por 1 a 0 sobre o Corinthians com o Morumbi recebendo 63 mil espectadores. Para o ex-ponteiro Paraná, o jogo que deu o título foi encarado com muita tranquilidade para que nada desse errado. “Todos nós estávamos confiantes e sabíamos que era muito difícil sair de Campinas com uma derrota, pois estávamos muito bem na competição. Entramos em campo como se fosse um jogo normal e a vitória foi consequência. Deu tudo certo e saímos campeões”, relembra Paraná, que após o jogo do título foi correndo para Sorocaba ver a filha que tinha poucos dias de vida. “Foi tudo muito rápido. Comemoramos dentro de campo e não via a hora de pegar o carro e ir ver minha filha. Ela tinha um mês apenas, e é por causa desse título que até hoje torce para o São Paulo”, revela Ademir de Barros, o Paraná, que hoje com 68 anos é funcionário da Prefeitura de Sorocaba, no interior paulista.


09/setembro/1970
Guarani 1x2 São Paulo

Guarani: Pérez; Wilson, Cidinho,Tininho (Guassi) e Ferrari (Cido); Hélio e Milton; Vágner, Capelozza, Vanderlei e Caravetti.
Técnico: Armando Renganeschi

São Paulo: Sérgio; Forlán, Jurandir, Roberto Dias e Gilberto Sorriso (Tenente); Édson e Nenê; Paulo, Terto (Benê), Toninho Guerreiro e Paraná.
Técnico: Zezé Moreira

Local: Estádio Brinco de Ouro da Princesa, em Campinas (SP).
Árbitro: Armando Marques.
Renda: Cr$ 92.988,00.
Gols: Toninho Guerreiro 27 e Paulo 34 do 1º tempo; Vágner 22 do 2º tempo.

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