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Medidas reduzem violência doméstica contra crianças

Agência Notisa - 09 de julho de 2005 - 07:47

Pesquisa mostra que 80% das famílias avaliaram que o acompanhamento colaborou para diminuir ou interromper o padrão abusivo no relacionamento intrafamiliar.

A violência, no Brasil, não só é apontada como uma das principais causas de morbi-mortalidade, como também é um grande problema de saúde pública, principalmente a doméstica. No entanto, há propostas de intervenções que têm como objetivo fortalecer os laços afetivos e favorecer transformações positivas nas relações familiares, criando e melhorando as condições de cuidado dos adultos responsáveis pela criança. Pesquisadores da Universidade de São José do Rio Preto resolveram fazer um estudo para analisar características gerais de famílias atendidas pelo Centro Regional de Atenção aos Maus Tratos na Infância e a repercussão que o acompanhamento realizado provocou na organização delas.

O estudo foi feito com 55 famílias que responderam a um questionário. De acordo com artigo publicado na edição de janeiro/março de 2005 da revista Ciência e Saúde Coletiva, as modalidades de violência doméstica, cometidas contra crianças e adolescentes, são classificadas em: violência física, violência psicológica, negligência e violência sexual.

Na pesquisa, a equipe constatou que a violência física é a mais notificada, presente em 58% dos casos, seguida pela negligência, violência psicológica, e violência sexual: “um aspecto que pode justificar o alto índice de notificação dessa modalidade de violência é o fato de que ela pode deixar marcas visíveis no corpo da criança, facilitando sua identificação, o que não ocorre quando a modalidade de violência cometida é, por exemplo, a psicológica”. Os pesquisadores observaram também que as crianças do sexo feminino são submetidas a situações de violência com mais freqüência do que as do sexo masculino, representando 60% do total de notificações. Além disso, a faixa etária que mais sofre violência está entre os sete e onze anos.

Eles verificaram ainda que dos 55 casos notificados, a mãe é agressora em 49% e o pai em 40%. Por outro lado, quando o pai é o agressor, sua adesão a alguma forma de acompanhamento ocorre em 58% dos casos e, quando a mãe é agressora, a adesão é de 100%. Quanto aos fatores desencadeantes da violência, segundo avaliação das famílias, a maioria acredita que os conflitos do casal contribuíram para desencadear a violência, seguida das características próprias da criança ou do adolescente e do histórico de vida dos pais.

Após as medidas de intervenção, 80% das famílias avaliaram que o acompanhamento colaborou para diminuir ou interromper o padrão abusivo no relacionamento intrafamiliar. Segundo a equipe, pode-se inferir que a oportunidade de refletir sobre as dificuldades e dúvidas nos relacionamentos interpessoais, assim como formas de educar e colocar limite, foi capaz de provocar modificações no contexto das relações afetivas familiares. “Dessa forma as famílias puderam encontrar novas possibilidades para conduzir a supervisão e os cuidados necessários para o amplo desenvolvimento das capacidades que toda criança e adolescente são providos, e que têm direito”, afirmam no artigo.

Agência Notisa (jornalismo científico - science journalism)

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