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Medida para amenizar dívida rural deve ser anunciada
O governo vai anunciar, até o dia 25 deste mês, medidas para diminuir o endividamento rural. De acordo com o secretário adjunto de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Gilson Bittencourt, a proposta não vai incluir aumento de prazo para o pagamento da dívida, mas descontos para que os produtores liquidem antecipadamente suas dívidas.
As medidas serão implementadas em conjunto com os Ministérios da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário.
O governo quer aproveitar o bom ano da economia para incentivar os produtores a saírem da inadimplência. O foco serão as dívidas antigas, que vêm se acumulando nas últimas décadas, e que giram em torno de R$ 40 bilhões.
Bittencourt acrescentou, ainda, que o objetivo é ajudar os inadimplentes a ajustarem as contas com uma proposta que não incentive aqueles que estão em dia a deixarem de pagar, mas que diminua as taxas do saldo devedor. Só as dívidas referentes às décadas de 1980 e 1990 somam cerca de R$ 27 bilhões.
Essas dívidas antigas, quando forem liquidadas, não só vão deixar de ser um custo para o governo [que gasta para administrá-las], como também vão liberar garantias empenhadas pelos produtores, de modo que eles possam pegar novos créditos e produzir mais, explica Bittencourt.
Os descontos serão maiores para quem deve menos. O secretário não quis adiantar de quanto serão os abatimentos, mas garante que serão atrativos. Custa muito caro para o governo manter essas dívidas pequenas. Por isso, os descontos vão ser para liquidar, não vão ser ruins, garante o secretário.
Gilson Bittencourt explicou ainda que, nos casos de dívidas com o governo, os descontos para inadimplentes serão oferecidos a partir de taxas que podem ser cortadas sem prejuízo, uma espécie de gordura.
Mas nos casos de dívidas com instituições financeiras privadas, o governo pode apenas sugerir que seja feito o mesmo, e não obrigá-las a adotarem as medidas.
Atualmente, o total de endividamento nas operações de crédito rural, concedidos a empresários do agronegócio e a agricultores familiares, gira em torno de R$ 87 bilhões. Mas boa parte desse valor é referente a crédito que está investido e que ainda vai vencer.
Autor: Agronotícias