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Médicos responderão por homicídio de bebê de Ivinhema

Campo Grande News/ Aline Queiroz - 09 de setembro de 2010 - 11:00

Na reta final da investigação que apura a morte de Mibsan Rodrigues Cabreira, o delegado responsável pelo caso, Lupérsio Degerone, revela que os médicos envolvidos na briga que resultou na morte da menina serão indiciados por homicídio doloso.

Mibsan faleceu durante parto interrompido pela discussão “acalorada” dos médicos Sinomar Ricardo, 69 anos, e Orozimbo Ruela, 42 anos. A confusão aconteceu dia 23 de fevereiro deste ano, no Hospital Municipal de Ivinhema, cidade distante 282 quilômetros de Campo Grande.

De acordo com o delegado, um depoimento foi fundamental para se chegar a esta tipificação. O médico Humberto Ferraz, que fez o parto da menina depois da briga, prestou depoimento na delegacia da cidade no fim do mês de agosto.

O objetivo da oitiva era esclarecer em que momento tem início o parto. O depoimento do profissional durou quatro horas e foi esclarecedor, segundo o delegado.

Lupérsio explica que, na versão de Humberto, o parto começa quando as contrações se iniciam. Desta maneira, o caso se enquadra em homicídio doloso, neste caso, por dolo eventual.

“No direito brasileiro existem teorias e uma delas é a da viabilidade pela vida. O entendimento é de que se o feto já estava pronto, sem problema de saúde, e há interrupção na sequência, há entendimento de que seria homicídio”, detalha o delegado.

No primeiro momento da investigação ele apontou a possibilidade de indiciamento por aborto. No entanto, com a declaração do médico, houve a mudança no entendimento do policial.

O delegado pondera que, depois da conclusão do inquérito, o caso vai para o MPE (Ministério Público Estadual) e, posteriormente, à Justiça. “Também depende da denúncia (do MPE)”, pontua.

Ele ressalta a complexidade do caso. “Eu nunca ouvi falar em algo assim. É preciso analisar com calma”, completa.

A previsão é de conclusão do inquérito ainda este mês. “Já estamos com todos os laudos nas mãos”, destaca.

Laudo pericial aponta que o bebê teve sofrimento agudo até ser retirado do útero da mãe por meio de uma cesárea. O exame foi feito em amostra da placenta colhida logo após o episódio, no dia 23 de fevereiro.

O resultado confirma que a briga entre os profissionais foi determinante para a morte da criança.

Mudança - Os médicos envolvidos na morte da menina se mudaram de Ivinhema. Orozimbo passou a trabalhar em Deodápolis e Sinomar em Campo Grande, segundo o delegado.

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