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Médicos ameaçam demissão em massa por conta da violência

Campo Grande News/ Fernanda França - 24 de fevereiro de 2010 - 14:36

Os médicos da rede municipal de saúde promoveram assembléia geral na última semana e decidiram encaminhar ofício ao prefeito Nelsinho Trad (PMDB) solicitando 10% de reajuste. A categoria justifica que os baixos salários e a conseqüente falta de profissionais têm gerado onda de violência nos postos da Capital.

Durante reunião nesta manhã com a Comissão de Saúde da Câmara de Vereadores da Capital, o presidente em exercício do Sindmed (Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul), Marco Antônio Leite, alertou para a possibilidade de demissão em massa, devido às condições de insegurança nas unidades de saúde.

O ginecologista Neudes Ribeiro, que atua no posto do Bonança, é da diretoria do sindicato e se posicionou claramente como um “demissionário” durante a reunião.

“Se a coisa continuar do jeito que está, eu não fico, eu sou o próximo a sair. E cada vez mais isso está acontecendo, vamos ter demissão em massa na prefeitura”, disparou.

Na prática, os médicos da rede municipal acreditam que o processo de violência nas unidades está diretamente ligado à desvalorização dos profissionais.

Eles garantem que um reajuste atrairá mais profissionais, o atendimento será feito de forma mais rápida e eficiente, e a violência diminuirá como consequência. Mesmo assim, não abrem mão do reforço da segurança nos postos.

O presidente do sindicato afirma que os guardas municipais dispostos nas unidades não são treinados para conter conflitos. Um deles, inclusive, foi assaltado esta semana.

O próprio presidente da Câmara, vereador e médico Paulo Siufi (PMDB), foi um dos que mais demonstraram temor com a situação de insegurança nos postos.

“Daqui a pouco poderemos ter colegas assassinados, do jeito que a coisa anda. A primeira confusão que acontecer, vai ter gente entrando com punhal dentro do posto”, alertou.

Ele conversou ontem com Nelsinho, contou sobre a reunião ocorrida nesta manhã e creditou ao surto de dengue o pavor da população. “O povo ta apavorado, tudo é dengue”.

Siufi e os vereadores Loester Nunes (PDT), Jamal Salém (PR) e Clemêncio Ribeiro (PMDB) comandam no dia 8 de março audiência pública sobre o assunto, a partir das 19h na Câmara.

Eles esperam sensibilizar o prefeito Nelsinho Trad e o secretário Luiz Henrique Mandetta (Saúde) sobre a falta de médico e baixos salários dos médicos em Campo Grande.

Durante a reunião, Ribeiro saiu em defesa das pessoas mais humildes, que enfrentam horas de fila para serem atendidas. Ele prometeu trazer pessoas que freqüentam os postos na periferia para participar da audiência pública.

Protesto – O Sindicato dos Médicos está articulando uma manifestação pacífica por mais segurança nos postos.

A partir da próxima semana, eles usarão camisetas em protesto à violência e fixarão faixas nas unidades de saúde e em frente à Câmara Municipal.

Segundo cálculos do sindicato, o número de médicos deveria ser ampliado em pelo menos 40% para suprir a deficiência nos postos.


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