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Médico que quase foi queimado por filho de paciente desiste de deixar hospital

Campo Grande News - 26 de julho de 2013 - 15:00

Onze dias após a tentativa de homicídio, o médico oftalmologista, Eduardo de Lacerda Ferreira, 35 anos, disse que não pensa mais em sair do hospital São Julião, onde trabalha há sete anos.

“O susto foi muito grande, mas tudo indica que foi um caso isolado. Acredito que não vai acontecer novamente. Tenho que pensar que vai dar tudo certo”, diz o médico que está afastado do hospital até o dia 2 de agosto.

Dias após o acontecido, o médico chegou a cogitar a hipótese de sair do São Julião e deixar a cidade. Em conversa com o Campo Grande News, garantiu que vai voltar e que a direção do hospital prometeu reforçar a segurança.

O crime aconteceu por volta das 18h de uma segunda-feira. O autor, Eduardo Ferreira da Silva, de 37 anos, que é filho de um paciente, pegou um táxi e viajou 255 quilômetros de Deodápolis, onde mora, até a Capital. Quando chegou ao São Julião, esperou que o médico atendesse todos os pacientes, invadiu o consultório, jogou a gasolina e tentou atear o fogo.

A tentativa de homicídio só foi frustrada porque a caixa de fósforos molhou com a gasolina e o autor acabou sendo detido por dois pacientes que estavam no corredor.

Antes de entrar na sala, Eduardo olhou para o médico e perguntou se ele se lembrava do que tinha feito com ele. Preso em flagrante, na delegacia, o autor alegou que tentou matar o oftalmologista porque ficou com câncer nos olhos, após uma consulta.

“O pai dele é meu paciente há muitos anos. Tinha até orgulho porque o filho tinha o mesmo nome que eu. O Eduardo sempre o acompanhava e me parecia ser uma pessoa tranquila”, explicou a vítima.

Questionado mais uma vez sobre o fato de ter atendido o autor, o médico afirmou que não existe nenhum prontuário que comprove essa consulta. “Os acompanhantes às vezes pedem pra gente dar uma olhada. Eu sinceramente não me lembro, mas já fiz isso. Para ajudar mesmo, por caridade, porque às vezes a pessoa demora pra conseguir uma consulta. Talvez tenha medido a pressão dos olhos dele, mas nada que pudesse prejudicá-lo dessa maneira”, concluiu.

Sobre o relacionamento que tinha com o filho do paciente, o oftalmologista afirmou “ que conversava muito com ele sobre os resultados dos exames, porque o pai dele era idoso”.

Na semana do crime, o Campo Grande News conversou com familiares de Eduardo Ferreira da Silva. A informação repassada foi de que ele sofre de depressão e nos últimos meses, se recusava a tomar os remédios controlados. Um irmão dele, também disse que o autor planejava fazer o mesmo com outro médico, de Dourados.

Apesar dos indícios de problemas psiquiátricos, Eduardo continua preso no Presídio de Trânsito de Campo Grande.

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