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Médico envolvido em briga e morte de bebê desaparece
O médico Orozimbo Ruela, 42 anos, não apareceu mais em Ivinhema, cidade distante 293 quilômetros de Campo Grande. A Polícia Civil tem dificuldade de localizar o médico, que junto com o colega Sinomar Ricardo, 69 anos, é investigado pela morte da menina Mibsan Rodrigues Cabreira, ocorrida dia 23 de fevereiro, durante o parto, realizado no Hospital Municipal.
Sinomar já prestou depoimento, enquanto Orozimbo não é localizado, nem via celular.
De acordo com o delegado responsável pelas investigações, Lupérsio Degerone Lúcio, Orozimbo não está na cidade e também não atende às ligações telefônicas. Uma hora dá na caixa de mensagem, outra hora dá desligado, revela o delegado.
Ele e Sinomar brigaram a socos e pontapés na sala onde a gestante Gislaine de Matos Rodrigues, 32 anos, aguardava o nascimento da filha.
Depois do episódio, os dois foram demitidos e Orozimbo teria voltado para Campo Grande, mas a Polícia não consegue identificar o paradeiro do médico que já deu entrevistas até para redes nacionais.
depoimentos- Segundo as investigações, o plantão era de Sinomar e Orozimbo já havia feito o prontuário de entrada da paciente. As testemunhas reforçam a argumentação de Sinomar, conforme o delegado.
Elas apontam que a briga ocorreu na porta da sala onde estava a gestante. Orozimbo começou a agressão, na versão de Sinomar e das testemunhas.
À Polícia Civil, Sinomar reforçou o que havia dito em relação ao tumulto. Ele afirma que ao entrar na sala constatou que Orozimbo havia colocado na vagina da gestante comprimidos de medicamento abortivo à base de misoprostol, o citotec.
O procedimento é usado para induzir o parto e, Sinomar ressalta que o parto transcorria normalmente, portanto, não concordava. Sinomar afirma que estava de plantão e, por isso, faria o parto.
O delegado revela que já solicitou documentos para apontar se o médico plantonista tem responsabilidade sobre todos os atos do plantão.
O SUS (Sistema Único de Saúde) paga pelo parto normal R$ 175,80 e R$ 150,09 em caso de cesariana.
Sinomar entregou à Polícia dois comprimidos de citotec usados no parto. O material será submetido a exame.
A previsão do delegado é que o inquérito policial seja concluído até 25 de março. Ele explica que faltam laudos, para apontar detalhes do caso, entre eles, o necroscópico.
A Polícia Civil também precisar ouvir os depoimentos do médico Orozimbo e de um segurança que separou a briga no hospital.
O único laudo que aponta a causa da morte do bebê é o atestado de óbito feito pelo médico que fez o parto depois da confusão entre Orozimbo e Sinomar. O atestado indica que a causa para a morte: sofrimento fetal agudo.
O caso - A primeira versão do caso, com base no registro do boletim de ocorrência, indica que Sinomar invadiu a sala e disse que o plantão era dele.
O relato foi feito com base no depoimento do pai, Gilberto de Melo Cabreira, 32 anos.
Já a versão de Sinomar e das testemunhas indicam que Orozimbo foi quem deu início à briga.
O delegado explica que talvez a mãe tenha confundido os médicos porque Orozimbo acompanhou os últimos exames pré-natal e fez o prontuário de entrada no hospital.