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MEC universaliza livros didáticos para alunos cegos

21 de julho de 2005 - 15:39

Pela primeira vez, todos os alunos cegos do ensino fundamental, matriculados na rede pública ou em escolas especializadas, sem fins lucrativos, receberão livros didáticos em braile. O Ministério da Educação, por meio de convênio com a Fundação Dorina Nowill para Cegos, está investindo R$ 2,6 milhões na produção de 70 mil exemplares em braile, com títulos de matemática, português, história, geografia e ciências. É a maior produção desses livros na história da educação do país.

A distribuição dos livros começa em agosto. Serão cerca de cinco mil alunos beneficiados até o fim do ano, em 1.285 escolas. Em 2002, apenas 490 alunos cegos, de 1ª a 4ª série, receberam livros didáticos em braile do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD). A partir de 2003, o MEC ampliou a aquisição, a produção e a distribuição de livros didáticos em braile e passou a atender alunos de 1ª a 8ª série do ensino fundamental.

Também foram produzidos títulos paradidáticos (livros infanto-juvenis, romances, entre outros textos). “O livro é um instrumento muito importante na vida escolar de qualquer pessoa. É o apoio que reafirma o que se ouve em sala de aula. Os livros didáticos e paradidáticos são bem importantes para os alunos cegos, especialmente os paradidáticos. Hoje, o professor não trabalha a língua sem o apoio de crônicas, romances, poesias”, afirma a professora Maria de Glória de Souza Almeida, que também é cega. Ela dá aulas de português para turmas de 5ª a 8ª série no Instituto Benjamin Constant (IBC), no Rio de Janeiro, e forma professores para ensinar crianças cegas.

“Até os programas do MEC serem lançados, nós trabalhávamos com textos avulsos, esparsos, gravações. Agora, os alunos podem usufruir os benefícios da leitura aliados a uma ação pedagógica correta, com materiais didáticos especializados e conteúdo apropriado”, destaca a professora.

Parque gráfico – Nos últimos dois anos, o MEC investiu R$ 3,5 milhões na modernização do parque gráfico do Instituto Benjamin Constant para a produção e impressão de livros didáticos, títulos e materiais em braile. A iniciativa permitiu a ampliação do Programa Nacional do Livro Didático em Braile, atendendo a 3.900 alunos do ensino fundamental, e a distribuição de 70 títulos paradidáticos em 2004. A nova estrutura está quase completa e ampliará significativamente os materiais produzidos em braile.

Fundado em 1854 por Dom Pedro II, o IBC é uma referência nacional e internacional no atendimento a pessoas com deficiência visual. A instituição realiza atividades de reabilitação da pessoa cega e com visão subnormal, além de atender a necessidades educacionais, médicas, profissionais, culturais, esportivas e de lazer dessas pessoas.


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