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MEC seleciona professores para lecionar no Timor Leste

Shaiana Campelo / ABr - 04 de janeiro de 2005 - 15:39

Professores graduados, de nacionalidade brasileira e com experiência como docente podem se inscrever até o dia 20 janeiro no Programa de Qualificação de Docentes e Ensino de Língua Portuguesa no Timor Leste. Serão selecionados 50 profissionais que vão receber uma bolsa mensal US$ 1,1 mil. O prazo de duração do contrato é de 12 meses e pode ser renovado por igual período.

Os profissionais escolhidos vão desenvolver pesquisas e trabalhar na qualificação dos professores do Timor Leste, além de dar aulas em português nas escolas país. A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), fundação responsável pela realização do programa, do Ministério da Educação, aceita inscrições em todas as áreas do conhecimento – matemática, português, física, química, biologia e administração.

De acordo com a analista em ciência e tecnologia da coordenação geral de cooperação internacional da Capes, Maria Luiza Carvalho, um dos objetivos do programa é aumentar a cooperação na área educacional entre Brasil e Timor Leste, além da qualificação do docente e o ensino da língua portuguesa no país.

A analista explicou que este programa é prioridade do governo brasileiro pois, hoje, o Brasil decidiu apoiar os países de língua portuguesa. "Hoje, o Brasil tem como objetivo apoiar os países de língua portuguesa e o Timor escolheu o português como língua oficial do país. Este programa vai fortalecer e disseminar a língua materna".

Maria Luiza Carvalho explicou também que o Timor Leste enfrenta grandes dificuldades para expandir a educação no país devido à falta de recursos e de professores habilitados para exercer a função. Por isso, justifica ela, os bolsistas selecionados vão trabalhar em diversos níveis educacionais - como na universidade, no Instituto de Ensino Continuado e no interior do país - para desenvolver esses treinamentos.

Além da bolsa mensal, o profissional escolhido receberá seguro-saúde, auxílio-instalação, transporte aéreo e treinamento. Mais informações sobre o programa podem ser encontradas no site www.capes.gov.br.

Atualmente, Timor Leste é considerado um dos países mais pobres do mundo. Com mais 30 dialetos, o país tem como línguas oficiais o português e o tetum, falado por boa parte da população. Segundo o pesquisador da Universidade de São Paulo (USP), Leonardo Sakamoto, o português tornou-se símbolo da luta pela independência por ser a língua utilizada pela resistência e por ser proibida pelo governo da Indonésia.

O Timor Leste, localizado na Ásia, foi colonizado pelos portugueses no século 16 e, em 1975, deveria ter conquistado a independência com o apoio de Portugal. Sem acordo sobre quem governaria o país, o Timor entrou em guerra civil. A Indonésia acabou por invadir o país e depois o anexou em 1975.

No dia 5 de maio de 1999, Indonésia e Portugal firmaram, sob o patrocínio da Organização das Nações Unidas (ONU), um acordo que abriu caminho para o plebiscito. Com 78% dos votos, a população do timorense decidiu pela independência do país.

Em 20 de maio de 2002, o país tornou-se independente, tendo como primeiro presidente eleito, o ex-guerrilheiro e presidente do Conselho Nacional de Resistência Timorense, Xanana Gusmão, que passou 7 anos em prisão domiciliar durante o período de dominação Indonésia.

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