Geral
MEC seleciona professores para lecionar no Timor Leste
Professores graduados, de nacionalidade brasileira e com experiência como docente podem se inscrever até o dia 20 janeiro no Programa de Qualificação de Docentes e Ensino de Língua Portuguesa no Timor Leste. Serão selecionados 50 profissionais que vão receber uma bolsa mensal US$ 1,1 mil. O prazo de duração do contrato é de 12 meses e pode ser renovado por igual período.
Os profissionais escolhidos vão desenvolver pesquisas e trabalhar na qualificação dos professores do Timor Leste, além de dar aulas em português nas escolas país. A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), fundação responsável pela realização do programa, do Ministério da Educação, aceita inscrições em todas as áreas do conhecimento matemática, português, física, química, biologia e administração.
De acordo com a analista em ciência e tecnologia da coordenação geral de cooperação internacional da Capes, Maria Luiza Carvalho, um dos objetivos do programa é aumentar a cooperação na área educacional entre Brasil e Timor Leste, além da qualificação do docente e o ensino da língua portuguesa no país.
A analista explicou que este programa é prioridade do governo brasileiro pois, hoje, o Brasil decidiu apoiar os países de língua portuguesa. "Hoje, o Brasil tem como objetivo apoiar os países de língua portuguesa e o Timor escolheu o português como língua oficial do país. Este programa vai fortalecer e disseminar a língua materna".
Maria Luiza Carvalho explicou também que o Timor Leste enfrenta grandes dificuldades para expandir a educação no país devido à falta de recursos e de professores habilitados para exercer a função. Por isso, justifica ela, os bolsistas selecionados vão trabalhar em diversos níveis educacionais - como na universidade, no Instituto de Ensino Continuado e no interior do país - para desenvolver esses treinamentos.
Além da bolsa mensal, o profissional escolhido receberá seguro-saúde, auxílio-instalação, transporte aéreo e treinamento. Mais informações sobre o programa podem ser encontradas no site www.capes.gov.br.
Atualmente, Timor Leste é considerado um dos países mais pobres do mundo. Com mais 30 dialetos, o país tem como línguas oficiais o português e o tetum, falado por boa parte da população. Segundo o pesquisador da Universidade de São Paulo (USP), Leonardo Sakamoto, o português tornou-se símbolo da luta pela independência por ser a língua utilizada pela resistência e por ser proibida pelo governo da Indonésia.
O Timor Leste, localizado na Ásia, foi colonizado pelos portugueses no século 16 e, em 1975, deveria ter conquistado a independência com o apoio de Portugal. Sem acordo sobre quem governaria o país, o Timor entrou em guerra civil. A Indonésia acabou por invadir o país e depois o anexou em 1975.
No dia 5 de maio de 1999, Indonésia e Portugal firmaram, sob o patrocínio da Organização das Nações Unidas (ONU), um acordo que abriu caminho para o plebiscito. Com 78% dos votos, a população do timorense decidiu pela independência do país.
Em 20 de maio de 2002, o país tornou-se independente, tendo como primeiro presidente eleito, o ex-guerrilheiro e presidente do Conselho Nacional de Resistência Timorense, Xanana Gusmão, que passou 7 anos em prisão domiciliar durante o período de dominação Indonésia.