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MEC defende articulação das redes de educação
O secretário de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação, Antonio Ibañez, defendeu na abertura da segunda reunião para discussão da proposta de anteprojeto da Lei da Educação Profissional, no auditório da Fatec, em São Paulo a constituição de uma lei para a educação profissional no Brasil. Segundo ele, para que haja articulação e integração das diversas redes existentes.
Ibañez diz que isto poderá superar os gargalos da demanda por mão-de-obra qualificada e dificuldades para o desenvolvimento da infra-estrutura industrial e econômica. Se o Brasil quer competir no mercado nacional e internacional, é preciso uma educação profissional que prepare técnicos com conhecimento agregado.
Cerca de 200 pessoas, representantes de entidades e organizações públicas e privadas da região Sudeste, participaram da abertura do evento. Também estiveram presentes o diretor da Faculdade de Tecnologia de São Paulo, Dirceu DAlckmin Telles, o coordenador de Ensino do Centro Paula Souza, Almérico Melquíades de Araújo, o diretor de Educação Profissional da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec/MEC), Getúlio Marques Ferreira, e o coordenador-geral de Políticas da Setec, Francisco Luiz Danna.
Ibañez lembrou que a retomada do crescimento econômico está levando a uma pressão pelo aumento da qualificação de profissionais. E citou os exemplos dos pólos de desenvolvimento das indústrias do petróleo, naval e de base, e do setor siderúrgico no Maranhão. A falta de recursos humanos capacitados pode vir a ser um gargalo para o País, alertou.
Na sessão de debates, o deputado federal Irineu Mario Colombo, da Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados, disse estar entusiasmado com o processo de discussão da Lei da Educação Profissional. A área não tem status jurídico e político adequado, disse. Ele acredita que a criação da lei deve ser constituída como uma política de Estado, servindo para suprir lacunas e solidificar rumos que não estão claros, como a ligação do ensino profissionalizante com a educação de jovens e adultos (EJA), por exemplo.
A assessora técnica da Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados, Zuleide Araújo Teixeira, repassou a proposta da Setec e fez ressalvas. Para ela, a proposta traz uma discussão antiga, mas madura, sobre o sujeito da educação profissional como agente de sua história e, diante das aceleradas transformações tecnológicas, exige que se repense o conceito de educação profissional e tecnológica.
Políticas Zuleide Teixeira fez duas sugestões: que a proposta de dirigir as estratégias e as políticas de desenvolvimento da educação para todos (EPT) para o regional e para o local contemplem a questão nacional. As três dimensões precisam ser integradas e contextualizadas, disse. Ela defende a articulação da lei e da política pública da EPT com outras políticas de governo, como o primeiro emprego, as políticas para a juventude e as ações para o setor do trabalho.
O vice-diretor do Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet) do Paraná, João Luiz Kovaleski, falou sobre o sistema de educação profissional no País, constituído por redes estaduais, federais e comunitárias. Disse que redes como o Conselho Nacional dos Dirigentes dos Centros Federais de Educação Tecnológica (Concefet) e o Centro Paula Souza são exemplos de sucesso, o que indica realizações eficientes de educação profissional. Kovaleski acredita que as organizações das redes devem dividir atribuições.
A reunião da região Sudeste vai até sexta-feira e terá painéis de debates e reuniões de grupo. As sugestões serão levadas a Brasília para sistematização técnica e inclusão na futura proposta de anteprojeto da lei da EPT, a ser enviada pelo governo ao Congresso Nacional.
Repórter: Leandro Marshall