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Maurício Correa: arquivos não são ''bicho-papão''

Luciana Vasconcelos/ABr - 27 de outubro de 2004 - 08:05

Brasília - Maurício Corrêa, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), é favorável a revogação de decreto 4553/02, que amplia o prazo para que documentos oficiais permaneçam em segredo, afetando investigações acerca do período da ditadura militar no Brasil. “Isso é bom para as pessoas familiares que se envolveram nos episódios, é bom para cidadania e não vejo como isso pode contribuir para qualquer espírito revanchista que já houve anistia”, afirmou. “Não sei por que esse bicho-papão, não sei qual a razão desse mistério”, ressalta Corrêa, em entrevista à Agência Brasil. Ministro da Justiça no governo Itamar Franco, o magistrado liderou esforços pela divulgação de arquivos relativos à Guerrilha do Araguaia.

Para o ministro, a decisão de revogar o decreto cabe ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Acho que os militares não vão criar caso com isso. Tenho dito que os militares, por uma educação disciplinar, gostam de ser mandados, gostam de ver o chefe determinando. Tenho a impressão que, se o presidente da República se dispusesse a um gesto, uma atitude dessas, seria bem compreensível e não causaria nenhum transtorno entre militares e civis no Brasil”, afirma.

Maurício Corrêa exerceu o cargo de ministro da Justiça de outubro de 1992 a março de 1994. Na ocasião, solicitou informações sobre a Guerrilha do Araguaia e disse que houve resistência por parte dos militares. “Tentei de todas as formas possíveis obter esse material das Forças Armadas, também não houve, naquela época, uma disposição”, diz. “Mas, mesmo assim, cobrei dos três ministros militares a relação das pessoas que morreram, que tinham sofrido tortura e eles se limitaram, depois de uma dificuldade grande, a mandar relações que apenas repetiam noticiários de imprensa”, completa.

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