Raiva, irritação, cara feia – tudo isso é característico de uma pessoa mal-humorada. De acordo com o médico Valmor Picinini, da Associação Brasileira de Psiquiatria, diante das frustrações e dos problemas, reagimos com um estado de humor não adequado. Em entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional AM, ele brincou: “Por exemplo, em uma segunda-feira de manhã, no Rio de Janeiro depois de um fim de semana em que o Flamengo foi mais uma vez derrotado, ficou em último lugar, o carioca deve ou vai estar de mau humor, ou pelo menos com um certo vazio existencial.”

Mas em alguns casos, o mau humor pode ser doença. O psiquiatra Valmor Picinini disse que quando esse estado de humor é rotineiro, até com dois anos de duração, pode ser considerado doença que faz parte do caráter de uma pessoa. "É aquela pessoa eternamente azeda. Briguenta, irritadiça, pessimista, sombria, que leva a vida excessivamente a sério, não se permite um descanso, não se permite um lazer”, ressalta.

Picinini conta que o mal-humorado crônico normalmente não incomoda a sociedade, mas a si mesmo e à família dele. “Às vezes consegue até manter no serviço uma certa normalidade, mas em casa é extremante irritadiço, aborrecido, a harmonia é comprometida”, afirma.

Os principais sintomas de mau humor crônico são, segundo o psiquiatra, muita dor de cabeça, complicações intestinais, dificuldade de dormir e perda de peso. E não deve ser confundido com estado depressivo. Picinini recomenda procurar ajuda médica: “O mal-humorado crônico tem melhoras, mas acho difícil que ele volte a ser feliz na vida – já é um defeito estabelecido.”