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Mato Grosso do Sul é área de risco para leishmaniose

Correio do Estado - 10 de julho de 2018 - 07:40

Com três mortes confirmadas por leishmaniose este ano em Campo Grande, especialistas afirmam que Mato Grosso do Sul é área endêmica e de risco. Isso significa que o registro de casos confirmados da doença é comum na região.

A médica infectologista Priscilla Alexandrino explicou que o principal alerta é a febre persistente por mais de dez dias, emagrecimento e tosse seca. “Um hemograma simples pode começar a dar sinais que o médico precisam investigar”, comenta.

Por conta da baixa imunidade provocada pela doença, podem ocorrer infecções secundárias, com possibilidade inclusive de levar a pneumonia. “O paciente que chega a óbito, geralmente é por causa de infecções que se agravam e não podem mais ser tratadas e também hemorragia”, diz a médica.

Mesmo grave, a doença tem cura caso seja diagnosticada a tempo. “O paciente pode ficar absolutamente curado com medicamentos, que são de alto custo, mas fornecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). É intravenoso, hospitalar e dura de 5 a 7 dias”, confirmou a infectologista.

A demora no diagnóstico da doença pode ter agravado o quadro do maquiador Josimar Pereira Madeira que morreu na quarta-feira (4), no Hospital El Kadri em Campo Grande, após três internações e ainda ter passado pelo menos 15 dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Os dados de leishmaniose, da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) indicam três óbitos confirmados com 69 casos da doença este ano na Capital, onde em 2017, houve registro de 240 notificações da doença, com oito mortes.

ANIMAIS

Os transmissores são insetos conhecidos popularmente como mosquito palha. A transmissão acontece quando fêmeas infectadas picam cães ou outros animais infectados, e depois picam o homem, transmitindo o protozoário Leishmania chagasi.

A médica veterinária Vilma dos Santos Fahed alerta que a leishmaniose nos cães, não tem cura. “O Estado é região endêmica, é preciso estar atento a isso. Para o animal há tratamento, inclusive com medicação autorizada (pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA), com redução da carga parasitária. Há controle da doença e sintomas, mas não tem cura”.

 Ela alerta a respeito da observação dos sintomas nos animais. “Há três tipos de manifestação: o animal que é assintomático, nem parece que tem a doença que acaba descoberta somente se ele é levado regularmente ao veterinário e só se confirma com exame sorológico; existem ainda os que tem sintomas leves, unha crescendo e sarna, que é uma infecção secundária. Já outros animais acabam apresentando sintomas visíveis, como emagrecimento, feridas. O dono precisa ter muita atenção”.

O cão é hospedeiro doméstico da leishmaniose, uma doença silvestre. “Os animais acabam morrendo por falência dos órgãos, especialmente fígado e rins”, explica a veterinária.

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