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Geral

Massa magra explica o EPOC

Portal Educação Física - 13 de junho de 2016 - 11:00

A literatura está repleta de bons artigos que trazem a informação de que o EPOC existe e tem relação com a intensidade do exercício praticado. Isso é fato! A literatura (quando vista com olhos críticos) mostra que essa diferença de gasto calórico durante o EPOC, quando comparada ao repouso é baixa e de curta duração. Quando essa comparação passa a ser feita entre intensidades de exercício a coisa fica mais estreita ainda.

O estudo que vou mostrar hoje traz uma comparação interessante. Os cientistas Japoneses se perguntaram se a massa livre de gordura poderia influenciar nos valores encontrados no EPOC após exercício de alta intensidade.

A relação entre a massa livre de gordura (MLG) e o excesso de consumo de oxigênio pós-exercício (EPOC) não é bem explicada por causa do número relativamente pequeno de sujeitos estudados. Neste trabalho foram investigados efeitos da alta intensidade em 250 jovens com idade entre 16 e 21 anos, atletas de diversos esportes (Corrida, Rugby, Futebol, Canoagem, Ciclismo e Voleibol). Foi medido o consumo máximo de oxigênio (VO2máx), o EPOC e usando a bolsa de Douglas, a Massa Livre de Gordura (MLG) e a Massa de Gordura (MG) foi medida usando pesagem hidrostática e os resultados da densidade convertida em percentuais por meio da equação de Brozek (1963). O estímulo de atividade foi a realização de esteira na velocidade máxima durante o período de tolerância, esse período durou 45-105 segundos. Após isso o EPOC foi medido durante 40 minutos.

Resultados
Os resultados do estudo passaram por um tratamento de correlação para identificar o que poderia explicar o valor de EPOC e também foi comparado com resultados dos melhores atletas profissionais publicado por Kuroda em (1973). O melhor resultado foi a correlação encontrada entre a Massa Livre de Gordura (MLG) e EPOC, bem como com o VO2máx e Taxa Metabólica de Repouso (TMR). Em segundo lugar, embora tenha achado correlação entre EPOC – VO2max e TMR, após a correção relativizada pela MLG a significância deixou de existir.

Além disso, estes achados sugerem um efeito grande de MLG na EPOC e EPOC/VO2max. Isso poderia ser explicado pela associação de uma MLG alta com mioglobina (transportador e armazenador de oxigênio muscular). Isso seria importante para os atletas, pois a mioglobina desempenha papel importante na ressíntese de ATP ajudando na recuperação entre os estímulos de alta intensidade. Além disso, o uso de curtos períodos de treinamento de alta intensidade melhoraria a força muscular e aumentaria a atividade das enzimas glicolíticas. Dessa forma, uma pessoa com maior MLG apresenta um EPOC maior e uma capacidade anaeróbia também alta.

Vamos às análises críticas.
Estudo com número de sujeitos invejável é muito difícil reunir um grupo tão grande para um estudo. A diversidade de atletas foi interessante e mal aproveitada, por qual motivo eles não fizeram a separação dos grupos para realizar as análises? Eu acharia interessante ter esses resultados também categorizados pelos esportes praticados pelos sujeitos.

Fiquei curioso para saber quanto que é esse valor de EPOC entre os grupos de atletas transformado em Kcal. Quem sabe isso não tenha sido feito pelo fato de as coletas terem acontecido com a bolsa de Douglas, que não permite uma coleta constante, deve ser feita em pontos ao longo do tempo.

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