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Marcos Valério diz que é um "brasileiro normal"

Agência Senado - 06 de julho de 2005 - 09:59

Ao depor nesta quarta-feira (6) na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que examina denúncias de corrupção na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), o publicitário Marcos Valério, acusado pelo deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) de ser o operador do mensalão, informou que tem empresas com até 25 anos de atuação e que tudo o que possui está declarado no Imposto de Renda. O publicitário destacou que tem família, dois filhos, e que é "um brasileiro normal".

Instado por parlamentares a fazer uma exposição inicial na CPI dos Correios, Marcos Valério disse que falou à imprensa duas vezes apenas, por pressão da família, e que mesmo assim teve suas declarações "distorcidas". Disse que foi "julgado, massacrado pela mídia". O publicitário acrescentou que, mesmo tendo o direito de calar-se, iria colaborar com os parlamentares.

Antes do depoimento, o presidente da CPI, senador Delcidio Amaral (PT-MS), leu o texto do habeas corpus preventivo concedido pelo Supremo Tribunal Federal e que protege o depoente, garantindo seu direito constitucional de manter-se em silêncio para não se incriminar. Delcidio leu os direitos constitucionais do depoente, incluído o de não se incriminar, e apoiou a posição da deputada Juíza Denise Frossard (PPS-RJ) de que o silêncio não pode ser interpretado e que deve haver muita cautela na atuação parlamentar no que se refere a pedidos de prisão.

Um pedido de reconsideração do habeas corpus foi apresentado pelo PFL, conforme informou, durante a reunião, o deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA). Ainda em relação a essa questão, o deputado Eduardo Paes (PSDB-RJ) leu documento pedindo que, se Marcos Valério "faltar com a verdade, mentir ou omitir a verdade", depois de julgado o mérito, pelo Supremo, da liminar que protege o publicitário, a CPI solicite ao Ministério Público a prisão do publicitário.

Já o relator da CPI, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), disse que, de acordo com o depoimento de Marcos Valério, poderá ser solicitada sua prisão preventiva. O relator informou ainda que a acareação entre Marcos Valério e sua ex-secretária Fernanda Karina Somaggio será necessária apenas se os depoimentos deles apresentarem divergências.

A partir de questionamento formulado pelo relator, Marcos Valério apresentou dez empresas nas quais consta seu nome. As duas mais importantes - DNA e SMP&B - estão no nome da mulher de Marcos Valério. O publicitário informou ter transferido as empresas para o nome da mulher porque havia "brigado com o ex-sócio" e disse que nunca passou de volta para o próprio nome as empresas porque a mulher teria medo de que ele se separasse dela.

Ainda hoje, deverá ser tomado, também, o depoimento da ex-secretária de Valério, Fernanda Karina Somaggio, que fez várias acusações contra o publicitário. O presidente da CPI anunciou que amanhã a CPI realizará uma reunião administrativa às 9h, fechada, seguida de reunião aberta para votação de requerimentos. Entre os requerimentos, está o que solicita uma acareação entre Marcos Valério e Fernanda Karina.

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