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Marcha pela reforma agrária já tem 11,5 mil

Keite Camacho/ABr - 02 de maio de 2005 - 06:52

Chega a 11,5 mil o número de participantes da Marcha Nacional pela Reforma Agrária, que começou neste domingo com um ato público em Goiânia. De acordo com Valter Misnerovizz, da direção nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), que encabeça a mobilização, o "ritmo da reforma agrária do governo Lula está muito devagar e não satisfaz aos movimentos sociais". Com a marcha, o movimento pretende pressionar o governo para acelerar o assentamento de famílias.

"Na nossa avaliação, o ritmo da reforma agrária não satisfaz aos movimentos sociais, não satisfaz ao MST, tanto no que diz respeito a famílias assentadas, quanto ao atendimento e desenvolvimento dos assentamentos. Ainda está muito aquém do que nós esperamos e que temos negociado com o governo, que não vem cumprindo com a meta que acordou com a gente em 2003, quando da Marcha Nacional pelo Plano Nacional da Reforma Agrária", afirmou.

Segundo Misnerovizz, o acesso à terra é um grande problema que perpassa governos. "Famílias que estavam acampadas ainda no governo Fernando Henrique continuam hoje nos acampamentos", destacou.

Além de acelerar o assentamento, o MST busca com a mobilização travar um debate com a sociedade sobre problemas como desemprego, violência, concentração de renda e riqueza. "Queremos conclamar a sociedade brasileira para que se mobilize em defesa do Brasil. Não podemos aceitar passivamente essa política econômica que concentra renda, riqueza, desemprega os trabalhadores. Por isso, essa mobilização tem o objetivo de chamar a sociedade para um grande mutirão, para a construção de um Brasil para todos", disse.

Entre as reivindicações do movimento está a melhoria do Programa Nacional de Agricultura Familiar (Pronaf). "Esse é um programa que dá atendimento às famílias assentadas e percebemos que precisa melhorar, desburocratizar, aumentar os valores que são insuficientes para a questão do desenvolvimento das famílias. Um dos grandes problemas é que o governo cria o programa, coloca dinheiro, mas os agricultores, por conta da burocracia, não conseguem ter acesso a esses recursos", afirmou Misnerovizz.

Os trabalhadores percorrerão 200 quilômetros entre Goiânia e Brasília, durante 17 dias. Entre os movimentos presentes durante a marcha estão Via Campesina, Comissão Pastoral da Terra, Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e Movimento das Fábricas ocupadas.

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