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Manoel Afonso: Simplicidade....cada vez mais rara!

Manoel Afonso - 09 de julho de 2008 - 11:02

É possível ser chic, ter bom gosto, usar um legítimo “Armani”, andar com uma Mercedez do ano, viajar de jatinho particular, conquistar status ou ainda exercer cargo poderoso sem abrir mão da simplicidade? Claro! Basta ter formação bastante para não se deixar levar a ponto de se embriagar pelo sucesso e esquecer valores básicos de conduta.
A postura de grandes personalidades e seus ensinamentos tem como característica uma simplicidade e uma naturalidade que faz o que é difícil parecer fácil de aprender. E isso causa-nos admiração, porque nos dias de hoje parece ser cada vez mais rara a convivência harmoniosa entre o progresso - ou a ascensão social - e a natural simplicidade.
Até parece que a tal simplicidade é um artigo incompatível com os tempos atuais, onde novos conceitos de conduta exigem postura e imagem sofisticadas, ousadas e inovadoras. Como se diz: tudo hoje é fruto ou objeto do marketing pessoal. Passa-se uma borracha sobre o passado do cidadão e sobre ele é colocado um rótulo de identificação para ser mais respeitado, para causar melhor impressão ou para vender esse ou aquele produto.
Exemplos, que desperta inegável comparação: Pelé e Ronaldinho Gaucho. Enquanto o primeiro conserva o estilo simples de vencedor há mais de 50 anos, o segundo é o símbolo da “mascara” de quem ficou embriagado pelo reconhecimento público recente e que despertou a antipatia da opinião pública consciente. Quando Pelé morrer seu mito sobreviverá, enquanto Ronaldinho...
Bill Gates ficou milionário, mas seus colegas de juventude dizem que continua o mesmo cidadão de antes; Antônio Ermírio de Moraes idem, a exemplo de Martinho da Vila e Zeca Pagodinho. Dr. Zebini – pioneiro no transplante de coração no Brasil – e Amador Aguiar – fundador do Bradesco – contavam nas entrevistas que o dinheiro e a fama não alteravam seus pontos de vista, hábitos e nem a forma de conduta. No retrovisor da humanidade temos gente invejável do porte de Albert Sabin (vacina da poliomielite) e Mahatma Gandhi – o pai da Índia, autor da frase: “creio poder afirmar, sem arrogância e com a devida humildade, que a minha mensagem é verdadeira sem sombra de dúvida”.
Nenhum prevenção contra aqueles que conquistaram seu espaço no contexto social e hoje merecidamente usufruem de seus benefícios. O texto é para registrar a metamorfose visível nestes vencedores, que ao adentrarem nesta fase vitoriosa, se tornam reféns do estrelato, ficam acabam esquecendo que a verdade caminha de mãos dadas com a simplicidade e assim são contaminados pela arrogância.
Aliás, os arrogantes são pessoas recalcadas, mal resolvidas que usam o poder para humilhar os semelhantes. São os pobres de espírito! Ao finalizar lembro Schopenhauer: “Quem quer que tenha algo verdadeiro a dizer se expressa de modo simples.”

Manoel Afonso

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