Quer saber? É fácil! Basta você pegar o valor do repasse que é feito mensalmente pelo Executivo à Câmara de sua cidade e dividi-lo pelo número de vereadores. Esse dinheiro repassado por lei é gasto com funcionários, telefonemas, correspondências, viagens, salários dos vereadores, assessores, café, aluguel, energia elétrica, gasolina e outras despesas triviais contabilizadas.
Mas se você for criterioso, poderá descobrir quanto custou cada projeto realmente de mérito de seu vereador. Basta pegar o valor que coube a cada um deles na conta sugerida acima e dividir pelo número de projetos de sua autoria.
Aliás, seria muito bom que cada Câmara publicasse um balanço mensal ou anual das atividades dos vereadores constando o que cada um deles fez, desde os projetos de lei, votos de pesar, de congratulações, pareceres em comissões - até os pronunciamentos na tribuna. Com isso o eleitor teria uma radiografia completa da produtividade de quem se elegeu com seu voto, dando-lhe assim condições de avaliar o merecimento de repetir ou não a dose em outubro próximo.
Imagine se esses dados, constando o custo e o trabalho de cada vereador, fossem divulgados nesta época eleitoral. E pergunto: porque até hoje as Câmaras não fazem essa divulgação? Certamente porque o estrago seria geral, colocando várias “excelências” literalmente de saia justa.
Enquanto isso algumas pesquisas mostram que a maioria dos vereadores no Brasil não tem a noção exata do que é legislar, passando a usar do mandato de modo assistencialista, pouco acrescentando na solução real dos problemas da comunidade.
E não custa ao eleitor, nesta temporada de programa eleitoral obrigatório, tanto no rádio como na televisão, prestar atenção nas propostas dos candidatos à vereança. São poucos aqueles que se propõem a uma atuação dirigida a determinado problema, como saúde, transporte ou segurança pública. A larga maioria prefere promessas no atacado. São os fantásticos “polivalentes”, que entendem de tudo um pouco: do combate a formiga saúva ao vazamento em submarino atômico. Parecem mais interessados em resolver a sua própria situação do que da população.
No arremate conclamamos: Apesar dos pesares não se omita e divulgue as razões que o levaram a escolher tal candidato. É uma forma justa de homenagear quem realmente merece. Faça isso!



Manoel Afonso
(comentarista da TV. Record-MS)