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Manoel Afonso: "os riscos e os vícios continuam!"

Manoel Afonso - 23 de junho de 2008 - 11:17

Enquanto nos países do Primeiro Mundo o voto nem obrigatório é, aqui os eleitores menos esclarecidos acabam decidindo as eleições. E não é só nas currutelas de pé de serra do Norte e Nordeste deste Brasil afora.
Aqui no Mato Grosso do Sul, apontado como Estado de economia em desenvolvimento, vizinho inclusive de potências como Paraná e São Paulo, o quadro é preocupante levando-se em conta os números recentes da Justiça Eleitoral. Ora! 57% dos eleitores não concluíram o chamando ensino fundamental, 4,8% deles são analfabetos e 15,17% apenas sabem ler e escrever.
O raciocínio é simples para nos levar a uma conclusão bastante lógica: se o eleitor não tem preparo cultural para analisar as propostas dos candidatos, para ter uma visão da situação social de sua cidade, estará sujeito a influências nocivas na hora de escolher seus candidatos. Poderá votar no mais simpático, no que fala de forma mais desenvolta, naquele de melhor programa de televisão, no postulante que lhe acene com vantagens pessoais lá na frente ou ainda naquele que lhe propõe a vantagem imediata, antes mesmo das eleições.
Esse tipo de eleitor é muito mais pratico do que aquele que se diz preparado. Ele pensa mais ou menos assim: “ políticos são todos iguais – sacanas - só mudam a fala – eles se lembram de mim só nesta época de eleição – é a minha vez de levar alguma vantagem – é só um votinho – o resto que se dane”! E assim compromete seu voto pela dentadura, pelo jogo de camisa do seu time de futebol, pelo material de construção, pelo pagamento das prestações atrasadas da casa própria, ou da conta de luz e água. Assim ele não pensa no futuro dos filhos, da rua, do bairro e da própria comunidade. Se a creche da região continuará ou não com atendimento ruim, isso não interessa. Se a iluminação pública e a segurança continuarão deficientes, também irrelevante.
Por tudo isso, é que se pode dizer que a tendência natural é da continuidade da compra de votos e da escolha errada dos candidatos à prefeito e vereadores. E o pior: serão eles (prefeitos e vereadores) que revenderão os votos (que compraram desses maus eleitores), aos candidatos à Assembléia, Câmara, Senado e até a Presidência da República. É o curral eleitoral.
E desse curral, infelizmente, faz parte gente da nova geração e de pessoas que têm obrigação de ser mais conscientes. São jovens universitários e líderes de Igrejas que se comprometem com péssimos candidatos em troca de verbas para a festa de formatura, viagens de turismo e de congressos diversos. É esse pessoal que um dia vai tomar conta do país? Desse jeito, estamos literalmente fritos no fundo da frigideira. O velho Rui Barbosa deve estar olhando lá cima completamente horrorizado.

Manoel Afonso

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