Geral
Manoel Afonso - Nossas mulheres: machistas nas urnas!
(Ah! Se elas soubessem usar a força que tem!)
A lógica diz que não era para ser assim, mas é: as mulheres continuam preferindo votar nos homens. Sinais evidentes não só do subdesenvolvimento como da velha cultura machista que veio nos navios da imigração latina.
Quando a gente pensa que o País está melhorando, vem a decepção: até as mulheres de classe média acompanham como cordeirinhas o voto do marido e ponto final. E não berram! Namoradas, por sua vez, votam no candidato de preferência do namorado e assim por diante. Conclusão impera a vontade dele imperador.
Se você acha que o cronista está exagerando, aceite o desafio: conte quantas mulheres comandaram a prefeitura de sua cidade ou quantas delas são vereadoras na Câmara de sua cidade. Aqui em Campo Grande, por exemplo, temos apenas três. Já imaginou se o eleitorado de saias acordasse para o potencial que têm! A conseqüência seria a disputa mano a mano com os homens em termos de representação política. Só para ilustrar vale lembrar que temos apenas duas deputadas em nossa Assembléia Legislativa. Não temos uma só representante na Câmara Federal e Marisa é a única política da terrinha em Brasília.
Eu fico tentando decifrar, como homem, o complicado cérebro feminino. Porque ela acha que a mulher seria incompetente? Será que ela é complexada e não gostaria de ver uma mulher fazer sucesso? Ou seria porque entende que votando no candidato do marido, estaria dando prova maiúscula de cumplicidade, ou de submissão? É a velha história: mulher não gosta de ver outra bonita ou outra fazendo sucesso e assim vinga-se votando no sexo forte. Impressionante como as mulheres descobrem defeitos nas candidatas!
Apesar das conquistas ao longo do tempo, a mulher brasileira ainda decepciona, não ocupa o espaço que lhe é oferecido e assim se contenta no papel de coadjuvante, outorgando ao homem o papel de ator principal. Eu pergunto: até quando continuará como Amélia?
Ora! Está mais que provado! As mulheres são muito mais éticas no trato da coisa pública que os homens. O pior é que elas sabem disso. Quando elas acordarem desse sono da omissão ou submissão, vão descobrir o tanto que erraram e aí vão demorar muito tempo para recuperar o tempo perdido. E fica aqui o velho ditado: mulheres uni-vos!
Manoel Afonso
[email protected]