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Geral

Manoel Afonso: Maria Antonia - Como não falar nela!

Manoel Afonso - 10 de janeiro de 2012 - 10:30

“A reputação é o que os homens dizem de você junto a sua sepultura”

“O caráter é o que os anjos dizem de você diante de Deus” (A.Jabor)



Paulo Coelho diz “Deus, usa a doença quando quer nos mostrar a importância da saúde. Outras vezes usa a morte para mostrar a importância da vida.”

Pessoas passam pelas nossas vidas, participam de momentos/fatos. Ao partirem deixam nossos corações apertados; são lembradas assim, numa espécie de oração para ‘abrir caminho’. No caso da Maria Antonia – uma rara unanimidade em Cassilândia - sua luta titânica ao longo da vida era um livro aberto, ou melhor, eu diria, uma enciclopédia exemplar de como nunca esmorecer diante dos obstáculos.

Acompanhei de perto seus dramas pessoais/familiares, dos quais ficaram as marcas acentuadas. Mas nem por ocasião da morte do filho Helio – ‘Sete orelhas’ ela jogou a toalha, não se entregou. Impressionante o contraste entre sua fragilidade física e sua enorme chama/força pela vida, sempre acreditando em dias melhores.

Não fui visitar a minha comadre ao saber que ela vivia dependente de um balão de oxigênio. Seria demais pra mim. O Girotto e a Marisa foram. E ela perguntou de mim. Preferi guardar aquela imagem alegre na sua casa, sempre cheia de gente e de movimento.

Foram anos e anos freqüentando sua casa junto com Jair Bilac, Luiz Augusto, Carlos Pulino, entre outros. Ela sempre solícita, alegre, apesar dos desafios diários que enfrentava. E quantos foram! Bancários, professores, comerciários e autoridades eram seus clientes de pensão. Ela conhecia o gosto e mania de cada um deles. Era uma mãe para todos nós; do tempero preferido à receita do remédio caseiro.

O almoço na Maria Antonia não era um almoço qualquer. Era uma festa! Tinha um tempero especial. Era uma ‘confraria’, um espaço onde falávamos de tudo um pouco. Evidente, que em se tratando de Cassilândia, naturalmente que a política era o aperitivo e a sobremesa. Cada qual com suas opiniões e ironias.

A própria Maria Antonia não conseguia se conter e acabava dando seus ‘pitacos’. Por causa disso, o ex-prefeito Antonio Teixeira de Lima, apelidou-a carinhosamente de “Maria Neutra”.

Antes de escrever de pessoas que ‘partiram’, viajo no passado. Só escrevo de quem me identifico, não importa a classe social. A Maria Antônia é mais um caso. O Paulo Abud e o Cecílio de Almeida até chegaram a cobrar: ‘você não vai falar da Maria dela?”

Resumindo: ela não era um ‘iceberg’. Mostrava tudo o que era. Sua imagem era verdadeira: humilde, guerreira, animada, companheira/mãe exemplar e generosa, sempre dividindo o que Deus lhe deu. Sua morte deixa-nos exemplos para reflexão. Seu descanso é proporcional ao seu sofrimento. Manoel Afonso



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