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Manoel Afonso - Inevitável: Dona Armanda "partiu"

Manoel Afonso - 23 de julho de 2008 - 19:23

Armanda ou Amanda? Eu sempre achei que o nome correto dela deveria ser Amanda, que significa “ aquela que é digna de ser amada”, porque no dicionário específico Armanda é feminino de Armando, uma espécie de armador, fazedor de armas e guerras.
Essa colocação inicial é um pretexto, feliz acho eu, para enaltecer suas qualidades apontadas por quem a conheceu ou conviveu com ela. Não freqüentei sua casa, mas nem precisei disso para perceber o diferencial que encantava a todos, notadamente os parentes que faziam do local um de ponto de encontro. A casa possuía um “ima” que atraia de filhos a tataranetos; de primos à cunhados e compadres, uma fonte inesgotável da qual todos iam beber. Coisa de causar sadia inveja.
Pergunta de filósofo ou de xereta qualquer: Se a casa era simples, qual seria então o segredo? O café ou sua mão no tempero do fogão? Deus explicaria melhor, mas eu arriscaria dizer que o segredo estava na sua simplicidade e na sua áurea iluminada que cativava. Tanto é que mesmo após a morte do “veio Muleque” em 1.993, aquela casa continuou transpirando movimento e vida. Aliás, na minha última visita a Cassilândia, constatei que o alpendre da casa dela continuava pequeno para tanta gente, que ocupava também parte da calçada.
Vocês já perceberam que o texto só fala dela. É assim que resolvi homenagear essa simples dona de casa, igual a minha mãe e outras tantas. É daquelas que vieram com missão definida: servir. Companheira e mãe para todas as horas. Qualidades cada vez mais raras neste mundo moderno. Como se diz por aí: “espécie em extinção”. Não tive essa chance ou iniciativa de conversar com ela, de perguntar-lhe sobre fatos marcantes ao longo destes 90 anos. Mas ela certamente responderia que “faria tudo de novo se preciso fosse”. Conquistou um patrimônio invejável: 9 filhos, 28 netos, 47 bisnetos e 2 tataranetos. Só ela mesmo, mais ninguém!
Como diz o título “ inevitável: dona Armanda partiu”, mas deixou uma obra prima em matéria de lição de vida. As famílias Castro e Paulino não serão mais as mesmas. No arremate busco em Schopenhauer, a frase que cai como uma luva para definir a trajetória da homenageada: “A simplicidade é o selo da verdade.”


Manoel Afonso



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