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Manoel Afonso: Homenagem póstuma ao amigo Dráusio

Manoel Afonso - 04 de agosto de 2009 - 08:04

O estilo inconfundível: camisa sob medida, cabelos bem cuidados, sapato impecável, óculos escuros, elegante nos gestos e um papo agradável. Impossível não gostar do Dráuzio! Tinha uma incrível capacidade de agregar pessoas, onde quer que esteja.

Conheci o Dráuzio em 1974, quando cheguei à Cassilândia. Era figura indispensável nos eventos políticos da região e nas visitas de governador – nos aniversários da cidade – ela era o locutor oficial, com aquela rara capacidade de improvisar nas mais difíceis situações. Quando inaugurei a Rádio Patriarca em 1984, Dráuzio narrou a primeira partida da emissora, num jogo da equipe de Cassilândia contra o Comercial, de Campo Grande.

Paranaíba sabe da importância deste cidadão no contexto daquela época. Articulado, ele era um incentivador das boas causas da cidade. Participava de todos os eventos da cidade, de caráter filantrópico, esportivo, político e social. Basta olhar nas fotografias dos jornais para constatar a presença do Dráuzio com seu microfone. Aliás, no escritório da Difusora Paranaibense, havia uma grande foto dele entrevistando o governador Frageli ao descer do avião.

Parece que foi ontem: em maio de 1969, na travessia do Porto Itamarati, eu estava à caminho de São Paulo, com destino à Paris, quando encontrei com ele e o Chiquito. Ele aproveitou para contar algumas passagens interessantes de sua experiência em Portugal, onde transmitiu jogos do campeonato da “terrinha” para a Rádio Piratininga de São Paulo.

Vários amigos de Paranaíba, entre eles o Cal e o Hilário Mariano trouxeram notícias da luta do Dráuzio contra o câncer. Mas eu me recusei a visitá-lo. Aprendi no circuito da vida que – geralmente – as pessoas não gostam de ser vistas doentes. Elas se sentem feias e não gostam de ser alvo de piedade ou algo parecido. Conhecia razoavelmente a personalidade vaidosa do Dráuzio e entendi que ele gostaria que eu ficasse com a aquela imagem saudável e feliz de antes. O Dráuzio brincalhão, de bem com a vida!

Portanto, agosto não poderia começar pior para todos nós. Mas o nosso Dráuzio não merecia sofrer mais. Como sempre acontece, sua cruz foi exatamente do tamanho e peso de sua capacidade de resistência. Como escrevo no compasso do coração, lembro que ele – embora não tenha deixado fortunas materiais, deixou um rol incontável de amizades verdadeiras em todos os segmentos da vida paranaibense. Poucos foram tão conhecidos e queridos como ele! Repito: IMPOSSÍVEL NÃO GOSTAR DELE!

Em tempos difíceis de amizades, cada vez mais raras por sinal, manifesto aqui meus sentimentos pela “passagem” do querido amigo. Grande Dráuzio... Qualquer dia a gente se encontra! Até...



Manoel Afonso

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