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Manoel Afonso: Estilo vencedor faz sucesso na política

Manoel Afonso - 05 de novembro de 2007 - 07:00

Eu diria que quase sempre sim. É mais ou menos como a novela onde a nossa simpatia fica com o personagem que demonstra coragem e capacidade de sair vitorioso nas mais diferentes situações do enredo. O eleitor, hoje, pode estar buscando neste tipo de candidato seu modelo ideal, que no fundo ele gostaria de ser. E é fácil explicar.
Neste final de semana estive em Auriflama, perto de Rio Preto (SP), com 15 mil habitantes mais ou menos. Como sempre, o centro comercial da cidade lotado. Tinha fila até para comprar carne no açougue de um amigo meu. Uma loucura! Eis que passa uma perua BMW – último tipo – tendo ao volante o prefeito Prego, um empresário bem sucedido no ramo de confecções e que derrotou velhas oligarquias que se alternavam no poder .
“Mas esse é o prefeito? Anda sempre desse jeito com pose de novo rico”? – perguntei a um comerciante. “Sim. Está sempre assim, roupas da moda, óculos escuros, mora numa mansão de cair o queixo e proporciona mais de 800 empregos diretos na sua indústria. Esse homem trouxe progresso para a cidade. Era um duro, trabalhou e hoje é um exemplo para todos nós. ” O entusiasmo do informante foi além, elogiando o estilo pessoal dele gerir a prefeitura, que segundo ele, vem recebendo elogios até de adversários e do eleitorado de menor poder aquisitivo.
O exemplo deste empresário de sucesso que resolveu aceitar o desafio da vida pública, é apenas mais um dentre tantos que temos por esse Brasil afora. É a velha história: vitoriosos na iniciativa privada, eles não se conformam apenas em criticar o modelo arcaico e superado de gerenciar a coisa pública e acabam não resistindo aos apelos para dar sua parcela de contribuição. São práticos, objetivos e avessos a politicagem tradicional do “jeitinho”. Sabem lídar com números, cortam gastos e administram dentro da ótica empresarial. Claro que desagradam nos primeiros meses, mas com o passar do tempo os resultados aparecem em benefício da maioria da comunidade.
Claro que nem sempre os empresários aceitam deixar a tranqüilidade da iniciativa privada, onde não existem burocracia e regras absurdas que só criam problemas. Alguns deles, quando convidados, têm medo de serem comparados aos políticos profissionais, esses de carreira, que muito falam e pouco fazem. Têm medo do estigma de política à serviço da corrupção e da bandalheira.
Mas o ideal é que o maior número deles participassem da vida pública, ajudando com a experiência forjada ao longo da vida pessoal vitoriosa. O caso de Auriflama, é um exemplo ou amostra de que o eleitor está suscetível a mudanças na hora da escolha nas urnas: no lugar de votar em um cidadão comum, prefere um que simbolize o vitorioso pelo trabalho produzindo renda para a comunidade. Afinal, qual pai de família não sonha com um emprego, (não na prefeitura), para si ou para seus filhos? E quantos cidadãos por aí, como Prego, de Auriflama, seriam úteis na política! Exércitos vencedores são comandados por generais de coragem, que sabem vencer!


Manoel Afonso, comentarista da TV Record(MS)

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