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Geral

Manoel Afonso escreve sobre JK, na Coluna Ampla Visão

19 de janeiro de 2006 - 15:54

A MINISÉRIE da Globo exibe várias facetas da trajetória de Juscelino Kubitschek. Nesta edição, vamos falar exclusivamente do assunto, relacionando-o inclusive com personagens do nosso Estado.

DE MINAS. Nomeado Chefe da Casa Civil, o médico JK. tentou justificar à mulher de que “fora surpreendido” com o ato. Dona Sara disparou: “Não se pega um mineiro desprevenido, principalmente em política.”

A CARREIRA de JK: Chefe da Casa Civil em 1932, deputado federal em 1934; prefeito nomeado de BH em 1940; governador em 1950; em 1954 vence Juarez Távora e em janeiro de 1955 assume a presidência.

POSSE. Lacerda tentou melar, alegando JK só tivera 36% dos votos, contra 30% de Juarez Távora, quando “deveria” ter maioria absoluta. A posse só ocorreu graças ao marechal Lott que colocou tropas nas ruas.

MORTO em 22 de agosto de 1976, JK conseguiu governar com democracia e com prosperidade. O escritor Nelson Rodrigues definiu bem seu governo: “ O brasileiro conseguiu se libertar do complexo de vira-latas.”

CANALE. Falei com ele. Aos 82 anos, ele relembrou fatos, inclusive do encontro da bancada estadual do MT. com JK, ainda no Rio. Ao seu estilo, JK tirou os sapatos e conversou à vontade com o pessoal.

PREFEITO por duas vezes, Canale também admite que houve patrulhamento ideológico dos militares e temor dos administradores da capital para não homenagear o ex-presidente após sua morte.

O EX-SENADOR diz que JK voltaria ao poder em 1965, se não tivesse sido cassado. No seu arquivo, a foto de Juscelino em desfile pelas ruas de Campo Grande. Na frente do jeep sem capota, a faixa: “JK-65”.

CASSAÇÃO. O ex-deputado Valdomiro Gonçalves, comunga com a tese de que a cassação de JK foi fruto da quebra de braço entre Filinto Muller e os militares radicais do grupo do presidente Castelo Branco.

IRONIA. Na Revolução de 1964, Juscelino apoiou Castelo Branco, que acabou cassando-o, motivando seu exílio, situações constrangedoras e muita crítica. Até hoje o episódio tem várias versões de historiadores.

SEDUTOR. Tanto Canale como Valdomiro ressaltaram o estilo de JK: seduzia até os adversários. Para eles, JK representou a política de agregar, de transigir, ao contrário do que praticava a UDN de Juarez e Lacerda.





EM ALTO ARAGUAIA. À convite do prefeito Cacildo Ugney, irmão do então ministro Carlos Ugney, do TCU, o presidente JK inaugurou a ponte sobre a BR 364, na divisa com Goiás e pernoitou na cidade.

O FATO foi festejado na época, pois a cidade era minúscula e o prefeito Cacildo não cansava de se gabar ao governador Pedrossian: “tenho prestígio; levei até o Presidente da República à minha cidade.”

EM TRÊS LAGOAS. Candidato, JK recebeu o pedido do Bitão (falecido agora aos 96 anos) para assoalhar o piso da ponte da NOB (rio Paraná), e permitir o trafego de pedestres. Eleito, o Exercito executou a obra.

GRATIDÃO. O violonista Dilermando Reis, parceiro de serestas e festas, e o ex-ministro Armando Falcão foram premiados por JK: um cartório para cada um no Rio de Janeiro. Ele, não esquecia dos amigos.

O ADVOGADO Paulo Essir, que morou em BH na época, ainda lembra a situação inusitada: na eleição para o Governo de Minas Gerais, JK venceu seu concunhado,
o advogado Gabriel Passos.

FOLCLORE. Nesta eleição, a sogra de Juscelino, também sogra de Gabriel Passos, quando indagada sobre a situação, dizia: “ganhe quem ganhar, de qualquer jeito vou morar no Palácio da Pampulha.” E morou!

GABRIEL PASSOS perdeu a eleição para JK, mas foi premiado com o Ministério da Energia de Jânio Quadros. Seu filho, Gabrielzinho foi o 1º Conselheiro da OAB/MS no Conselho Federal, ainda no Rio de Janeiro.

O MÉDICO. Na minisérie, JK. diz que a política, como a medicina, salvava vidas. O
prefeito Nelsinho bateu nesta tecla citando JK num discurso. Aliás, a medicina ainda é a porta mais fácil de acesso à política.

MULHER. As mulheres não querem seus homens na política, porque temem perde-los de alguma forma. Com dona Sara não foi diferente. A mini série mostrou bem esse drama real na casa dos políticos.

PESQUISAS. Contactamos várias pessoas ligadas ao grupo político (PSD) na capital. O ex-deputado Philadego Garcia mora em Londrina, outras “viajaram”. As testemunhas vivas se mostraram fascinadas por JK.

EM TEMPO de férias, a coluna - publicada em 15 jornais impressos no Estado, além do CampoGrandeNews, e em 15 jornais do interior e na “A Crítica”, da capital, homeangeia o presidente que fez o brasileiro sonhar.


NÃO SE PEGA UM MINEIRO DESPREVENIDO, PRINCIPALMENTE EM POLÍTICA. ( Sara Kubitschek)





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