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Manoel Afonso - Eleições & Seleção: falta emoção

Manoel Afonso - 27 de maio de 2010 - 14:05


Saudosista...exigente demais? Nada disso! Impossível não ligar o clima eleitoral ao ceticismo da torcida brasileira quanto a nossa seleção. E não é difícil estabelecer essa relação comparativa. Vejamos.
Até aqui as declarações dos três principais candidatos não tocaram o coração e nem chegaram à alma do eleitor. Todos eles cuidando para que a razão não suplante a emoção, evitando assim erros que possam favorecer os adversários. Muita cautela para nosso gosto, avessos ao esquema tático (do Dunga) que privilegia a retranca. Nos encontros em que eles participaram, a fala mais parecia monólogos, sem contraponto - a pimenta - em qualquer debate.
No passado, os candidatos soltavam o verbo pra valer, tocando em pontos delicados da vida nacional. Quem não se lembra das colocações de Brizolla, Collor e do próprio Lula? Na comparação das exposições dos postulantes ao Planalto, nota-se mais identificação do que divergências. Serra é intelectual, saiu lá de baixo, tem experiência administrativa e é socialista. Dilma é da classe média e comunga com a maioria dos pontos defendidos por Serra, e não poderia ser diferente. Marina era do PT e está prensada entre os dois concorrentes. Quase sem discurso próprio.
Quanto a seleção, o cenário é desanimador! Onde já se viu uma seleção embarcar para a Copa sem ter realizado amistosos no Brasil! Onde está a identidade do torcedor com o seu ídolo? Não se discute apenas as injustiças cometidas por Dunga, ao ignorar Neymar e Ganso, mas o seu estilo ditatorial que não permite diálogo e troca de impressões com a mídia e em conseqüência com a nossa torcida. Por antecipação já sabemos como vai jogar a seleção e quais suas chances (grandes) de morrer na praia por falta de ousadia e de atacantes. Depender apenas do Kaká é uma temeridade!
Tanto na política, como na Copa do Mundo, é preciso vencer e convencer! Na sucessão presidencial pode ganhar quem errar menos, mesmo que não tenha sido brilhante. Também de nada adianta levar o caneco na África do Sul com uma seleção que apenas fez o dever de casa, medrosa, sem criatividade, e que não tocou nossos corações. Em tempo: aquela seleção do Telê Santana – na Espanha – não é lembrada até hoje por acaso. De leve...
MANOEL AFONSO

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