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Manoel Afonso - Eleições: perdas & ganhos eleitorais

Manoel Afonso - 27 de outubro de 2008 - 14:57

Teve gente que saiu bem maior do que quando entrou. Casos por exemplo do Serra em São Paulo, Geddel Vieira na Bahia e Gabeira no Rio. O primeiro apadrinhou a sova que Kassab aplicou na Marta do PT. Os mais irônicos diriam: que castigo! Perder logo para o DEM – ex- Partido da Frente Liberal do Jorge Bornhausen!
Com isso Serra aumentou seu cacife para postular dentro do PSDB a candidatura à presidência em 2.010. No caso do deputado Geddel, parece que ele tem tudo para substituir o coronelismo de ACM ao emplacar o prefeito de Salvador, e centenas de prefeitos e vereadores no interior. É outro que saiu forte com poderes para negociar com o candidato ou candidata do Planalto em 2.010.

Sem estrutura compatível com o projeto, o deputado Gabeira foi a grande sensação deste segundo turno. Uma campanha barata, discurso ético e uma derrota por poucos votos. Com o sepultamento das velhas lideranças cariocas, Gabeira surge como um nome em 2.010. Quem viver verá!
Quem ganhou, mas não levou foi Aécio Neves ao ter dificuldades para viabilizar a sonhada convergência PSDB-PT. A vitória de Pimentel poderá trazer-lhe mais dissabores que frutos. É que antes, o neto de Tancredo havia apoiado Alckmin em São Paulo e acabou literalmente quebrando a cara. Seu dilema: sair do ninho tucano e embarcar no PMDB que elegeu 1.211 prefeitos ou enfrentar Serra na convenção do PSDB? Tudo leva a crer que decidirá pela primeira alternativa. O PMDB está estruturado nacionalmente e Dilma não tem apelo popular para deslanchar.
Quem perdeu mesmo foi Lula, que não conseguiu efetivar a transferência de prestígio aos seus candidatos principais. Falou muito em eleger Marta, mas o que se viu foi o PT sendo empurrado para a periferia e encontrando mais resistência nos setores conservadores da classe média. Lula também acreditava na virada de Maria do Rosário em Porto Alegre e sua derrota atinge também o ministro Tarso Genro e outros companheiros da ala radical do partido. Só para ilustrar: o PT elegeu apenas 782 prefeitos apesar do bom momento econômico do País.
Uma coisa é certa: os caciques do PMDB estão sorrindo e com razão. O partido cada vez mais forte e com “razões concretas” para exigir participação cada vez maior no Governo Federal. Como se diz: um partido cada vez mais “muy amigo”. Sarney, Temer e cia não estão para brincadeiras.



Manoel Afonso
Comentarista da TV.Record-MS
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