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Geral

Manoel Afonso - Eleição: oratória ajuda muito!

Manoel Afonso - 25 de março de 2008 - 09:11

“Quem não se comunica...”

Claro que a outra metade do caminho do candidato é indispensável: propostas, passado, rejeição mínima, boa imagem, companheiros, bom partido e condição financeira compatível com as necessidades. Quando se fala em boa oratória não se tem mais como parâmetro aqueles discursos que se tornaram famosos ao longo da história da humanidade. O discurso funciona hoje como mais um canal de comunicação com o público.
A oratória é indispensável para qualquer líder. Churchill usou da palavra na BBC para expressar sua convicção na vitória final contra os alemães que bombardeavam Londres dia e noite. Firme, orgulhoso, ele falava com emoção, falava como vitorioso e não como vencido. Outro bom exemplo é de Péricles, na Guerra do Peloponeso. Proferiu um discurso motivador no sepultamento das primeiras vítimas, demonstrando que a causa era nobre e isso pesou no ânimo dos soldados e no resultado do embate.
Ninguém pode exigir um fulminante Carlos Lacerda ou um Ruy Barbosa nos dias de hoje. Os comícios perderam o papel espetacular que exerciam e o eleitor é mais pratico, está acostumado com mensagens rápidas, praticas e que não exigem esforço de raciocínio. Mas mesmo assim, o candidato tem que se comunicar verbalmente. Lembram-se do Collor? Matou os adversários com seu estilo rápido nas entrevistas e debates.
Um exemplo negativo recente foi de Alckimin na eleição presidencial. Enquanto Lula soltava o verbo, o candidato tucano insistia no modelo introvertido, falando no mesmo tom, sem pelo menos demonstrar indignação nos debates na televisão. Parecia anestesiado, não passava emoção alguma na sua fala.
Claro que cada candidato tem seu potencial e dentro das suas limitações deve ir se preparando. Falar em solenidades de ambiente fechado é uma coisa. Até a acústica ajuda. Agora – falar em praça pública é complicado.Imagine um orador fanho! Exige no mínimo preparo para impor ritmo e tom ao discurso. O candidato tem que falar para todos como se fosse falar para cada um. O candidato tem que valorizar a palavra – ou seja – sempre falar menos do que gosta. Ele tem que mostrar segurança sem se deixar passar por arrogante.
Arremate: é possível até que um bom orador venha a perder a eleição, mas com certeza não terá sido pela falta de comunicação com eleitor.

Manoel Afonso



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