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Manoel Afonso - E a oposição...tomou Doril!

Manoel Afonso - 19 de novembro de 2007 - 08:21

Bom mesmo na oposição era o PT! Incansável, ranzinza ao estilo UDN. Pena que o partido mudou. Pensando bem...já conseguiu o queria. Mas nessas horas é que a sente se dá conta do deserto de lideranças nacionais de peso. Como diz um amigo meu: “nessas horas é que a gente sente a falta que faz figuras do porte de Leonel Brizola e Ulisses Guimarães ”.
Esporadicamente o sociólogo FHC interrompe suas aulas em universidade no exterior para falar sobre problemas da vida pública brasileira. Mas a iniciativa é muito mais para satisfazer sua vaidade, massagear seu ego, do que para corrigir as distorções no campo político e administrativo. E tem mais: as construções verbais que emprega são prolixas aos ouvidos de grande parte da população contemplada com o Bolsa Família, interessada mais em resultados práticos como ganho maior e melhora de qualidade de vida. Eu diria: “oposição para inglês ver”.
O PSDB, por sua vez, joga muito para a torcida. Só tem tamanho e as divergências internas são muitas e profundas entre governadores, deputados e senadores. Aécio e Serra estranhamente não brigam, por exemplo, para ser porta voz da oposição indignada junto ao Planalto. Aliás a palavra indignação foi excluída do dicionário de conduta deles. Ambos tem duas coisas em comum: sonham com o apôio de Lula para chegar à Presidência e evitam atritos com o Governo, de olho nas gordas verbas federais.
Contra o PSDB pesa o fato de ter sido o patrono e condutor das reformas no Governo FHC, inclusive a criticada CPMF, a malfadada reeleição e a política das privatizações, até hoje questionadas. De saia justa para criticar, o PSDB assiste o sucesso do Governo Lula na área econômica. Quanto ao ex- PFL, hoje DEM, também falta-lhe legitimidade de crítica, pois era parceiro feliz do PSDB nos oito anos do sociólogo. Marco Maciel, tido como hábil negociador, foi incompetente para preparar o partido para essa nova realidade. Aliás, o pernambucano continua sumido. Acho que a imprensa foi generosa demais nos elogios ao ex-vice de FHC.
Se o PMDB não tem motivos para reclamar, seu apetite tem se mostrado insaciável. Prevalece de sua formidável estrutura em todo o Brasil e de seus quadros na Câmara e Senado para influenciar e levar vantagens. Não tem uma liderança nacional, mas não está preocupado com isso. Quer mesmo é manter o PT refém e ficar com seu quinhão de poder. Quanto aos aspectos institucionais, como o 3º Mandato de Lula, o partido se faz de surdo, cego e mudo. Um dia será responsabilizado por isso.
Sobrou mesmo, como oposição de garra e até raivosa, o P-SOL da ex-senadora alagoana. Tem mostrado a cara e assumido posições autênticas de brio ferido. Mas é apenas uma gota de água neste imenso oceano de interesses mil e negociatas de bastidores que a política brasileira proporciona.
É neste quadro quem Lula reina absoluto e com chances de conseguir o terceiro mandato. Como eu sempre digo: “Ah...se estivéssemos na Argentina”!
Manoel Afonso
(comentarista da TV.Record-MS)

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