Dr Odilon: da Magistratura às urnas

(Manoel Afonso)

Plantada ou não, a notícia sobre eventuais pretensões eleitorais do Juiz Federal Odilon de Oliveira ganha espaço na mídia. Alguns aspectos precisam ser analisados neste período em que as candidaturas vão se corporificando e os partidos se preparando para a batalha das urnas.

Seria perfeitamente normal que o dr. Odilon, após ter cumprido seu ciclo laborial na Justiça Federal, decidisse pela advocacia. A opção pela vida pública-partidária é igualmente legítima e saudável para a sociedade, que aliás, cobra a participação de mais gente idealista e competente. A ex-juiza Denise Frossard - no Rio de Janeiro - que entendeu ser útil na política, é um bom exemplo de coragem e determinação.

Mas não é segredo que o sucesso político depende de vários fatores. Viabilizar uma candidatura não é fácil. É preciso escolher o partido e companheiros certos e que garantam espaço e estrutura compatível com a proposta do candidato. Uma eleição para deputado federal - por exemplo - é complexa. É preciso ter alianças com os candidatos à Assembleia Legislativa, prefeitos, vereadores e tantas outras lideranças. Para o Senado, é ainda complicado por motivos óbvios.

O dr. Odilon vem sendo cortejado por várias agremiações partidárias, mas ele não pode ser ingênuo a ponto de acreditar que tudo será como num conto de fadas, sem problemas e desafios. Experiente e aculturado, sabe que com políticos não se brinca! Não estariam eles pretendendo apenas usá-lo para conquistar seus objetivos maiores?

Para reflexão: Será que o eleitor das classes menos favorecidas, onde normalmente as eleições são decididas, tem conhecimento ou noção da conduta do dr. Odilon em suas atuais funções? Se esse eleitor é cético e tem nas eleições a chance de levar algum tipo de vantagem imediata, a mensagem do dr. Odilon conseguiria sensibilizá-lo?

*O autor é advogado e comentarista da TV-Record-MS – C. Grande