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Manoel Afonso comenta sobre as eleições e o debate

Manoel Afonso - 04 de agosto de 2008 - 07:56

ELEIÇÕES: A JOGADA DE NACIONALIZAR O DEBATE


Vencer ou ficar junto dos vencedores. Essa é a tática do PT nestas eleições municipais, uma espécie de trampolim ou preparatória para 2.010. Como o partido venceu e sobrevive graças ao carisma de Lula, tem poucas chances de construir uma candidatura que possa tentar chegar ao Planalto em condições de vencer em 2.010. Lula é mais que sabido: é muito melhor queimar um companheiro (a) do partido e esperar o pleito de 2.014. No caso, está “enchendo a bola” da ministra Dilma que começa a acreditar ser uma opção viável.
Coitada da Dilma! Pode ter sido uma dedicada guerrilheira, mas não assimilou as lições do “implacável” espelho. Cinquentona, apesar dos exercícios, aparenta a inconfundível imagem de “matrona”. Usa óculos, seu gosto no vestir é péssimo e seu timbre de voz não seduz e sua expressão não tem o condão de seduzir. Aliás, como artista, talvez se encaixasse no papel de tia encalhada ou sogra malvada. Como mocinha, ao estilo Patrícia Pilar, nem morta!
Claro que Lula sabe de tudo isso, mas precisa continuar liderando o PT e para isso não quer ser acusado de não ter prestigiado os “valorosos companheiros”, aliás, todos já devidamente prestigiados no cabide público. É aí que entra em cena a jogada de se nacionalizar o debate nos municípios, como se a realidade de Alcinópolis fosse igual ao Rio de Janeiro, por exemplo. Está tudo pronto: ministros prestarão depoimentos, darão testemunho em rede nacional para tentar convencer que se o país melhorou, é resultado da competência do PT.
A nacionalização do PT só vai abranger, é claro, os pontos positivos. As desgraças serão ignoradas: os dólares na cueca, o mensalão, a queda do Zé Dirceu, o envolvimento do Genoino, do João Paulo, de Delúbio, o enriquecimento do filho de Lula, a compra do Porto de Murtinho pela família do Zeca, a amizade do Planalto com as FARC da Colômbia, a morte do prefeito Celso Daniel, os escândalos da Benedita Silva, a declaração de apoio de Lula ao Severino, o aumento de gastos com nomeações de petistas no Governo e tantos outros escândalos vazados apesar da tentativa de abafa do Planalto.
Mas é bom lembrar: as eleições de 2.008 serão diferentes de 1986, quando o PMDB simplesmente massacrou os adversários na eleição para o Governo dos Estados, Câmara e Senado. Naquela época Sarney estava em alta com o estelionato do Plano Cruzado. O PMDB da época já era professor deste PT - que sem discurso compatível com a globalização e realidade brasileira, vive exclusivamente da figura de Lula.
Eleição municipal discute a realidade local: passado, futuro, seus líderes, qualidades e defeitos. Nela há identificação entre o eleitor e o candidato no dia a dia da comunidade. Tentar nacionalizar o debate é como imaginar que os personagens das novelas habitam nossas pequenas cidades. O povo ficou sabido e sabe distinguir as situações. Como se diz: Uma coisa é uma coisa. Outra coisa é outra coisa.


Manoel Afonso
(Comentarista da TV.Record-MS)

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