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Manoel Afonso - Brasileiro: povo sem memória

Manoel Afonso - 13 de agosto de 2009 - 09:30

“Tenho comigo de que o povo não vota mais em nenhum de nós” – vaticinou o senador Sérgio Guerra – referindo-se a péssima imagem que o Senado tem passado à opinião pública. Ledo engano dele! Não há com que se preocupar; o eleitor brasileiro é despido de certos sentimentos e valores usuais em outros países tradicionais. Aqui vivemos ainda na época das capitanias hereditárias.
Não faz muito tempo que estourou o escândalo envolvendo Renan Calheiros e hoje ele está aí – firme forte, dando as cartas e posando de paladino e emissário do Planalto. Seu prestígio é tamanho que acabou de ganhar concessão de emissora de rádio em Alagoas. Uma espécie de retribuição pelos relevantes serviços prestados.
Collor de Mello (“O Soberbo”) é outra figura! Saiu escorraçado do Palácio do Planalto e hoje já está à vontade para discursos e “lições de conduta” contra gente da imprensa e colegas de parlamento. Pertence à tropa de choque de Lula, certo de que o povo não se lembra mais de suas declarações “naquela” campanha presidencial.
Mas eles não são os únicos privilegiados pela “aminésia cívica” enraizada em nossa cultura. Sinceramente: Jânio Quadros merecia voltar à prefeitura de São Paulo após renunciar a presidência, decepcionando toda a nação? O que dizer então do incorrigível Paulo Maluf (padrinho do 2º casamento de Collor) após tantas falcatruas? João Paulo, Zé Genoino e tantos outros que foram flagrados na conduta ilegal, deram também a volta por cima e desfilam nos corredores do poder.
Conclui-se assim que políticos agem desta maneira por acreditar em duas verdades bem brasileiras: a certeza da impunidade – (pelas leis que eles fizeram), e a completa desmemorização da maioria da sociedade. Com isso, as portas do eleitor continuam abertas para os políticos, acompanhados de promessas e brindes diversos como materiais de construção, remédios, quitação de prestações atrasadas, dentaduras, laqueaduras, etc.
Imaginar que tenhamos protestos e atos públicos contra a conduta da classe política é como acreditar em Papai Noel. O último político que demonstrou certo sentimento de vergonha foi Getúlio Vargas com sua discutível atitude. Sarney espera ainda ser canonizado como padroeiro do Maranhão e Collor de Mello sonha voltar ao Palácio do Planalto nos braços do povo como o “Salvador da Pátria”.
Num país onde tudo é possível, ainda sobrevive a apatia – infelizmente! Depois reclamamos dos argentinos. De leve...



Manoel Afonso
Acesse meu blog www.manoelafonso.com.br











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