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Manoel Afonso - 2010: Eleição pobre de candidatos

Manoel Afonso - 06 de maio de 2010 - 07:11

Evidente a polarização entre Dilma e Serra na disputa presidencial, deixando o eleitor sem outras boas opções neste pleito. Ambos são de esquerda e apesar das constantes acusações recíprocas, têm entre si mais identidades do que divergências. A saída de Ciro empobreceu o debate, enquanto Marina Silva parece refém de sua biografia política confinada as questões ambientais.
Lembrando: em 1989 tivemos 22 postulantes, dentre eles figuras de peso como Brizola, Ulysses, Lula, Afif, Aureliano, Maluf e Freire. Cada qual com seu partido, discurso e plataforma de administração, abrindo ao eleitor um leque de alternativas segundo seu critério de escolha. Já no pleito seguinte, em 1994, a disputa envolveu menos candidatos, mas FHC, Quércia, Lula e Espiridião Amim eram nomes notáveis no contexto político do país. A votação de cada um deles provou isso.
Mas o sucesso das administrações de Fernando Henrique e de Lula, onde os números florescentes da economia conviveram com projetos sociais de igual êxito, acabaram carreando para seus respectivos partidos formidáveis dividendos eleitorais Como conseqüência, as agremiações que sempre se postaram mais ao centro e direita ideologicamente, acabou perdendo espaço e a representação parlamentar. E aí, acabaram se contentando apenas com participações coadjuvantes, ora com o PSDB, ora com o PT.
Muito bem! Mas é o caso de se perguntar: que tipo de debate vamos assistir entre Dilma e Serra? Ora! Ambos defendem o papel do Estado como indutor do desenvolvimento, ao contrário do velho discurso da direita que preconiza o Estado mínimo, apenas garantindo os preceitos de segurança e bem estar, deixando espaços para a livre iniciativa. Fora disso vão investir nas conhecidas comparações do desempenho de FHC e Lula no Planalto.
Essa falta de pluralidade de discursos e idéias não é boa. Chega a ser muito ruim. Não satisfaz plenamente. Passa a falsa impressão que finalmente atingimos o Mirvana, dispensando retoques, sugestões ou até mesmo mudanças de rumo no barco chamado Brasil.
Por tudo isso, é que essa eleição já está sendo chamada de chinfrim.

Manoel Afonso















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