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Manifestações: e muda o que agora?

Manoel Afonso - 13 de abril de 2015 - 16:49

Primeiro é preciso repetir: vários fatores apontam para a inviabilidade do impeachment da presidente Dilma. Prova disso é a ausência de Aécio Neves, exatamente para não dar o tom de golpismo contra quem foi eleita nas urnas.
Posto isso, é inegável que o Governo – ainda recuperando-se das manifestações de 15 março – não contava com a repetição do ato neste domingo. Embora em menor número, ficou patente a marca da indignação, notadamente na capital paulista, local emblemático nos grandes momentos da vida nacional.


Evidente que a crise econômica do Brasil piorou ainda mais depois das manifestações de março. Mas de lá pra cá o Governo mudou a postura, abriu o canal de diálogo com a classe política através do vice Michel Temer. Foi um sinal de abertura e admissão da própria culpa.


Para azar do Planalto, a cada capítulo da Operação Lava Jato, vai contabilizando desgastes incomensuráveis. As recentes prisões de deputados e figuras próximas ao governo, deixam Dilma de saia justa. Aliás, foi um tiro no pé a propaganda do PT exibida na televisão, onde exalta a prisão de corruptos, ‘por coincidência’ integrantes daquele partido. Da mesma forma aquela manifestação de Dilma anunciando que finalmente ‘a corrupção tinha sido extirpada da Petrobras’.


Por sua vez, a classe política – especialmente do PMDB - deve aproveitar a situação para fazer o jogo duplo da conveniência: atenderá os próprios interesses eleitoreiros e venderá a imagem de ‘antenada’ aos reclamos da população. Todos os projetos do Planalto vão sofrer uma análise mais apurada no Congresso Nacional, embora isso não garanta uma postura que atenda aos verdadeiros interesses da nação.


Independentemente do que o PT e os movimentos sociais pretendam organizar para minimizar os estragos destas duas manifestações, a população deve se manter ligada diretamente com seus representantes no Congresso. Deputados e senadores, precisam sentir cada vez mais de perto, o risco de retaliação ou vingança nas urnas. Afinal, cada um deles tem ligações estreitas com determinados segmentos sociais e que estão sentindo na pele a desastrada política econômica.


A alta do custo de vida, o desemprego, a queda do PIB, a alta dos juros, a violência e a falta de investimentos na saúde e educação, são componentes deste quadro e munição para a oposição cobrar transparência do Governo em suas ações.


E sem cobranças fortes, continuaremos justificando a fama de ‘povo bonzinho’.


De leve...

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