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Maníaco não está pronto para voltar ao convívio social, diz psiquiatra

Renan Nucci, dourados agora - 28 de maio de 2013 - 06:29

Jovem está detido em um hospital da Capital, e pode receber alta a qualquer momento. Foto: Dourados Agora
Jovem está detido em um hospital da Capital, e pode receber alta a qualquer momento. Foto: Dourados Agora

“O Maníaco da Cruz não está apto ao convívio social”, afirma o presidente da Associação Sul-Mato-Grossense de Psiquiatria, Kléber Francisco Meneghel Vargas. O assassino está detido desde o dia 4 de maio na Santa Casa de Campo Grande, sob escolta policial, e aguarda decisão da Justiça para receber alta já que exames psiquiátricos não identificaram nenhuma doença mental; conforme os laudos, ele sofre de transtorno de personalidade.

“Eu não tive acesso ao caso, mas em tese, quando o diagnóstico do paciente aponta que ele não tem doença mental como esquizofrenia ou transtorno bipolar, por exemplo, significa que ele é portador do transtorno de personalidade, o que vem a ser, normalmente, um tipo de transtorno social. Sendo assim, apresenta como um dos sintomas a falta de amor ao próximo, sendo incapaz de controlar seus impulsos”, disse Meneguel em entrevista cedida à TV Morena nesta manhã.

De acordo com o psiquiatra, por estes motivos, Dhionatam Celestrino não pode voltar a conviver com as demais pessoas. “Indivíduos assim normalmente perdem a sensibilidade pelo próximo e sempre tentam racionalizar os erros cometidos, dizendo que agiram motivados por diversas circunstâncias, sempre se esquivando e colocando a culpa em terceiros. O agravante é que em situações assim, as punições não surtem efeito. É preciso deixar claro que nem todos que estão nestas condições vão cometer crimes”, destacou.

O maníaco foi preso em 2008, quando matou três pessoas no município de Rio Brilhante. Ele esteve detido na Unidade Educacional de Internação (Unei) Mitaí em Ponta Porã até o dia 3 de março de 2013, quando escapou e ficou foragido por quase dois meses. Neste período se escondeu no município de Horqueta, no Paraguai, onde tentava recomeçar uma nova vida. Lá, até onde se sabe, não se envolveu em nenhum tipo de confusão.

“Isso reforça ideia do que foi dito. Um paciente com doença mental comete o crime pois está com seu juízo de realidade alterado, tem delírios, ouve vozes, vê coisas fora do comum. Quem sofre de transtorno de personalidade tem consciência do que é errado, mas mesmo assim comete os crimes. Ao dizermos que ele é portador desta perturbação, não estamos afirmando que ele pode voltar a ter uma vida normal. Ele não pode ficar em um hospital, porquê hospitais são pra doentes mentais. Se deixar um psicopata em um local assim, pacientes e profissionais estarão em risco”, relatou.

Diante das circunstâncias, Meneguel crê que a melhor solução seja a internação em um estabelecimento específico. O Governador de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli, que é médico de profissão, partilha da mesma ideia. “Acredito que ele precise de acompanhamento. A Justiça deveria realizar exames de cessação de periculosidade para avaliar qual a probabilidade de que ele possa voltar a matar. O ideal seria que fosse para um hospital de custódia, mas infelizmente não existe nenhum no Estado; no Brasil são 20 ao todo, e todos estão lotados”, concluiu.

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