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Mamíferos carnívoros estão ameaçados de extinção

Keite Camacho / ABr - 04 de julho de 2004 - 11:25

Onça pintada, onça parda (duas subespécies), gato maracajá, gato-do-mato pequeno, gato-palheiro, lobo-guará, cachorro-do-mato vinagre, ariranha e jaguatirica. Ao todo, dez mamíferos carnívoros ameaçados de extinção em um total de 26 espécies. Nem todos, no entanto, atraem a atenção e verbas para a sua preservação. Na consciência popular, dois são os mais venerados e temidos: a onça e o lobo. Em geral, fornecedores de maiores recursos para pesquisas, de acordo com Ronaldo Morato, técnico em Recursos Faunísticos do Centro Nacional de Predadores, do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Cenap/Ibama).

“A onça-pintada e o lobo são animais mais carismáticos. Tanto pela beleza, força e poder da onça, quanto pelo medo que causa e que faz parte da cultura popular, desde a época da civilização Maia. Além do prejuízo que causa em relação às fazendas, matando o gado. No interior, o homem que mata a onça é muito respeitado. Quanto ao lobo-guará, há uma superstição: o olhar dele hipnotizaria as presas. Assim, arrancar o olho do animal ainda vivo traria sorte com as mulheres”, explicou Morato.

Segundo Morato, as espécies consideradas bandeiras (que atraem mais atenção do público), atraem também mais recursos financeiros. Com isso, as pesquisas que tratam destes animais acabam conseguindo mais apoio em relação aos demais, desconhecidos do público.

“Há uma falta de conhecimento em relação aos outros animais por parte da população como um todo, por uma falta de divulgação da própria comunidade científica e da imprensa. Mas os cientistas têm se interessado cada vez mais”, disse.

A prova disso foi a iniciativa de especialistas do Ibama na elaboração de um plano de ação para pesquisa e conservação de mamíferos carnívoros. Morato é um dos responsáveis pela organização do plano que, segundo ele, servirá de instrumento de referência de pesquisadores, a fim de unificarem as ações. Morato diz que há uma concentração de esforços e uma repetição de trabalhos – o que não permite que se chegue a novidades.

“O objetivo do plano é direcionar as ações, servindo de referência para grupos de pesquisa, formando uma rede de informação para não repetir esforços, até por conta dos recursos que são escassos”, disse Morato.

Segundo ele, as propostas tiradas do plano de ação serão reavaliadas a cada quatro anos. A idéia é observar quais atividades foram alcançadas e quais sofreram limitação nos projetos de pesquisa. Ele acrescenta que o objetivo da conservação destes animais é a preservação do ecossistema. “Alguns animais que ocupam grandes áreas são elementos-chave da conservação do ecossistema”, alertou.

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