Mais um caso de infecção por febre amarela em Mato Grosso do Sul foi confirmado por exames do Instituto Adolfo Lutz (SP). O economista Charles Lous Tul Moreau, 26 anos, residente em Curitiba (PR), esteve em Bonito (MS) de 31 de dezembro a 8 de janeiro deste ano, com a namorada e um casal de amigos. Ele não havia se vacinado e participou de trilhas, tendo contato com macacos, animal hospedeiro do flavivírus, vírus da febre amarela.

De 31 de dezembro a 8 de janeiro, Charles Lous Tul Moreau e um amigo, médico, acompanhado das respectivas namoradas - duas acadêmicas de Medicina - passearam por Bonito e fizeram vários passeios ecológicos oferecidos no município, entre eles, as trilhas. Moreau era o único que não havia sido imunizado e só descobriu a urgência da prevenção quando já estava em Bonito. Como seria necessário um período de dez dias para eficácia da imunização, o rapaz resolveu não se vacinar e se arriscar.

No dia 8 de janeiro, ainda em Bonito, apareceram os primeiros sintomas. Moreau sentiu dor de cabeça, nas articulações e dor orbital (no fundo dos olhos), além de febre que chegou a 40 graus. O grupo ainda iria para o Pantanal, mas desistiu de seguir viagem e veio para Campo Grande (MS), onde o rapaz foi até um hospital. No atendimento, o diagnóstico foi de dengue e Moreau recebeu soro antitérmico.

No dia 14 de janeiro o economista voltou para Curitiba (PR). No dia 16 de janeiro se consultou com um infectologista e foi submetido a um exame da transaminse (exame que permite diagnosticar doenças do fígado em fase relativamente precoce). O resultado mostrou comprometimento das funções hepáticas. Ontem, a confirmação: o Instituto Adolfo Lutz (SP) entregou o resultado do primeiro exame, com reagente positivo para febre amarela. De praxe, foi ordenada uma contra-prova, que deve ficar pronta em prazo de quinze dias.

O rapaz não teve que ficar internado e já está recuperado. O Ministério da Saúde foi notificado do caso e agora, contabiliza três casos confirmados de infecção por febre amarela em Mato Grosso do Sul. O primeiro foi divulgado no dia 11 de janeiro: uma mulher de 42 anos, que esteve internada no Hospital São Luiz, no Morumbi, em São Paulo. Ela já foi curada e recebeu alta.

O segundo caso é de uma mulher residente em São Caetano do Sul. No dia 17 de janeiro o Ministério da Saúde confirmou o caso, mas a Secretaria Estadual de São Paulo aguardava a contra-prova, sendo confirmada no dia 22 de janeiro.