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Maioria dos óbitos em MS foi de jovens, aponta pesquisa

Jacqueline Lopes-Malu Prado/Campo Grande News - 17 de setembro de 2004 - 08:21

O coordenador da Unesco (Organizações das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) em Pernambuco, Julio Jacobo Waiselfisz diz que mortes de jovens assassinados, por acidentes de trânsito e suicídio colocam em xeque o “desenvolvimento da juventude”. Wiselfisz analisou ontem, em Campo Grande, o mapa de violência e o relatório de Desenvolvimento Juvenil 2003, feitos por ele e outros especialistas.
Mato Grosso do Sul aparece em 9º com melhor IDJ (Índice de Desenvolvimento da Juventude). “MS é o nono que oferece melhor acesso aos benefícios sociais para jovens”, diz.
Na contra-mão, Mato Grosso do Sul é o 3º em suicídio, 6º em acidentes de trânsito envolvendo jovens e 13º em homicídio no País. Em 2002, 74.9% dos óbitos foram de jovens. O padrão de comparação leva em conta a faixa etária de 15 a 24 anos. “Por aqui há muitas mortes que ocorrem dessas formas. Isso faz diminuir a expectativa de vida entre os jovens”, diz o especialista.
Segundo o mapa da violência do total de mortes que aconteceram no Estado em 2002, em 74.9% dos casos, jovens foram a óbito. Em 1980, “causas externas” – homicídios, acidentes e suicídios – começaram a formar os novos padrões de mortalidade juvenil, que tinham como referências em épocas passadas as epidemias e doenças. Mais da metade da juventude brasileira – 14 a 24 anos – foi vítima das “causas externas” (52.9%). Em 2000 esse número subiu para 72%.
Em Mato Grosso do Sul, a média de óbitos de jovens foi maior – 74.9% - sendo 35.1% por homicídio, 22.9% mortes em acidentes de trânsito e 9.1% suicídio. Para se ter uma idéia do problema, o mapa da violência dividiu a faixa etária jovens – 14 a 25 anos – da não jovem – 0 a 14 e de 25 e mais. Dos óbitos registrados, 13.1 % foram dos não jovens. Homicídios foram 4.5% dos casos e acidentes de trânsito 4.6%, sendo suicídio 1.1%, ou seja, 9 vezes menor do que o registrado entre a faixa considerada jovem.
Em 2002 foram 48,9 homicídios para cada 100 mil jovens no Estado e foram 32 a cada 100 mil em acidentes de trânsito.
O índice altamente negativo de suicídios faz Mato Grosso do Sul perder apenas para Roraima e Amapá. Waiselfisz diz que são 12,7 suicídios cometidos a cada 100 mil jovens. Em Roraima os números apontam 14,9 e Amapá, 13,8. Os três estados estão muito acima da média nacional que é de 4 a cada 100 mil jovens.
Ainda de acordo com informações do mapa da violência elaborado pelo coordenador da Unesco, os problemas no trânsito sobressaem negativamente em Mato Grosso do Sul diante da realidade da região Centro-Oeste. A média de acidentes é de 33 a cada 100 mil jovens – Mato Grosso do Sul a média é de 32. A média nacional é de 21 cada cem mil jovens, diz Waiselfisz.

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