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Lula pode voltar atrás sobre visto de jornalista

Paula Medeiros / ABr - 13 de maio de 2004 - 15:01

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje que pode voltar atrás no pedido de cassação do visto do jornalista do New York Times responsável pela reportagem sobre supostos excessos do presidente Lula com bebidas alcoólicas. Mas isso só será feito se houver uma retratação formal do jornal ou do jornalista. A afirmação foi feita pelo líder do PSB no Senado Federal, senador João Capiberibe, após uma reunião com o presidente, no Palácio do Planalto.

“O presidente Lula está com inteira razão, ele foi ofendido pessoalmente e houve uma ofensa à Presidência da República. Ele espera uma manifestação do jornal ou do jornalista para mudar de opinião”, afirmou o senador. “Se o jornalista se retratar, o presidente volta atrás na hora”, garantiu.

Os líderes dos partidos da base aliada no Senado e o presidente da Casa, José Sarney, se reuniram com o presidente Lula, essa manhã, para pedir que ele voltasse atrás na decisão de suspender o visto do jornalista. Ao final do encontro, o senador Capiberibe afirmou que os líderes saíram convencidos de que a decisão do presidente Lula foi correta. “Depois de ouvir o presidente, as suas considerações, o nível de preconceito que está implícito na matéria, eu dou razão ao presidente”, afirmou.

O senador lembrou que existe a possibilidade de o jornalista conseguir um habeas corpus na justiça para permanecer no Brasil, já que ele é casado com uma brasileira e tem um filho brasileiro. “É quase certo que o jornalista ganhe esse hábeas corpus, mas, do ponto de vista político, caberia, pelo nível de informação da matéria, que atinge inclusive o pai do presidente, um pedido de retratação”, afirmou Capiberibe. Segundo ele, o presidente respeitará a decisão da justiça, mesmo que ela seja favorável ao jornalista.

O Senador acredita que interesses econômicos divergentes entre Brasil e Estados Unidos podem ter provocado a publicação da reportagem. “O presidente falou que há interesses conflitantes entre as políticas brasileiras e as americanas e isso pode ter levado a que o próprio jornal assumisse uma posição preconceituosa em relação ao presidente e à Presidência da República. Não se trata de conspiração, são interesses claros, objetivos, interesses econômicos que podem levar a uma polarização, principalmente no que diz respeito à questão de mercado”, disse.

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