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Lula fala sobre a liberdade da imprensa na ANJ

Liésio Pereira/ABr - 15 de setembro de 2004 - 08:37

São Paulo – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ouviu nesta terça-feira críticas à criação do Conselho Federal de Jornalismo e reiterou durante a sessão solene em homenagem aos 25 anos da Associação Nacional de Jornais (ANJ) – no 5º Congresso Brasileiro de Jornais – seu compromisso com a liberdade de imprensa no país. Tanto o antigo, quanto o atual presidente da entidade, Francisco Mesquita Neto e Nelson Sirotsky, foram enfáticos em manifestar oposição ao projeto que cria o conselho.

Em seu discurso, o presidente destacou a importância da imprensa na reconquista da democracia brasileira, lembrando que "em vários momentos de nossa história política, a liberdade de imprensa esteve suspensa ou sofreu severas restrições". Segundo Lula, a liberdade de imprensa é a outra face da moeda do direito à informação.

"Só com a plena liberdade de imprensa, o direito à informação pode ser atendido. Ao vir aqui, na noite de hoje, eu reitero esse compromisso, que é o compromisso de uma vida inteira. Desejo para o nosso país um jornalismo cada vez mais presente e mais atuante. A sociedade precisa do jornalismo para fiscalizar seus governantes e a suas autoridades", afirmou o presidente.

Lula destacou, também, que a independência dos jornais é ponto comum para quem defende a liberdade de imprensa porque, sem ela, eles não conseguiriam cumprir a missão de buscar a verdade dos fatos para informar a população.

"Sem a necessária independência, os jornais estariam entregues a um amontoado de interesses menores, interesses partidários, religiosos, familiares ou econômicos, que distorcem e, mais do que isso, estragam a informação que deve buscar, antes de tudo, a objetividade", disse.

"Há problemas nos jornais? É claro que há. Há erros, há distorções? Sem dúvida. Mas há problemas, erros e distorções também no governo, assim como há problemas e distorções em todas as atividades humanas", acrescentou.

Segundo Lula, os erros da imprensa "muitas vezes são graves e causam danos profundos na vida de pessoas e instituições honradas e dignas". Como cidadão, ele afirmou que pode sofrer ao presenciar uma injustiça provocada por um erro da imprensa, mas, como governante, não se incomoda com críticas ao governo publicadas no jornal.

"O que me incomodava - e muito - todos aqui sabem disso, era viver sob um regime no qual o governo se dedicava a censurar artigos de jornal. Isso não voltará a acontecer no Brasil, e muito menos voltará a acontecer de forma dissimulada. Não se depender da minha vontade", ressaltou.

O presidente finalizou seu pronunciamento, destacando que os diferentes setores da sociedade enfrentam seus desafios com determinação, coragem e abertura ao debate, buscando consensos novos para fazer as mudanças necessárias para o Brasil.

"É assim que o governo tem avançado na definição das políticas públicas. Isso não só é necessário, mas sobretudo salutar para o processo democrático. Duas coisas são fundamentais para quem tem poder numa sociedade democrática: quanto maior o poder, maior deve ser a responsabilidade. Da mesma forma, quanto maior a liberdade - e isso vale para o governo, para os trabalhadores, para os empresários, para a imprensa e para toda a sociedade - mais ela deve ser exercida com responsabilidade", disse.

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