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Lula e Bush discutem a suspensão de identificação

Nádia Faggiani /ABr - 13 de janeiro de 2004 - 08:20

O governo brasileiro propôs ao governo americano que se inicie imediatamente um acordo recíproco de dispensa de vistos entre os dois países. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva Lula teve ontem, em Monterrey, um encontro de trinta minutos com o presidente George W. Bush para tratar da questão. De imediato, o Brasil pediu a suspensão do procedimento de impressões digitais e fotografias, simultaneamente nos Estados Unidos e no Brasil, enquanto se negocia o texto do acordo para ser assinado ainda este ano. O novo sistema
de identificação de viajantes tem criado um clima negativo que se reflete nas relações diplomáticas entre os dois países.

A reunião entre os presidentes aconteceu na Pinacoteca do Centro de Artes do Parque Fundidora, sede da Cúpula Extraordinária das Américas, que foi aberta ontem (12). Lula entregou a proposta ao presidente Bush e fez uma brincadeira dizendo que hoje existem 27 países considerados exceções por não precisarem de visto para ingressar nos Estados Unidos, em especial os países da Europa. O presidente brasileiro teria questionado: “por que não 28
países?”, referindo-se à possibilidade de o acordo de dispensa de vistos incluir também o Brasil. George Bush considerou um bom argumento e disse que irá analisar a proposta.

Como membro do Conselho de Segurança da ONU, o Brasil tem cooperado no combate ao terrorismo, porém, o governo brasileiro julga ser necessário criar um sistema de identificação que permita aos viajantes condições de tranqüilidade nos aeroportos.

No documento proposto ao governo americano, o Brasil apresenta argumentos para a dispensa de visto sob o aspecto econômico, como a intensidade de investimentos, turismo e vínculos culturais entre os dois países. Do ponto de vista do combate ao terrorismo, o documento menciona a adoção de medidas de monitoramento de viajantes entre os países e a implantação de um grupo de trabalho para acompanhar a cada seis meses o fluxo de viajantes. O governo
brasileiro destaca ainda que no país não há qualquer atividade terrorista nem conflitos históricos ou culturais que possam levar a ela e menciona a implantação de recomendações feitas por organismos internacionais.

O encontro entre Lula e Bush aconteceu antes de um jantar de confraternização, no Palácio de Governo, oferecido pelo presidente do México, Vicente Fox, a todos os presidentes e primeiros-ministros que participam da Cúpula Extraordinária das Américas.

Ao final da reunião, Lula reiterou o convite feito em dezembro para que Bush visite o Brasil ainda
este ano. O presidente Bush comentou com o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, que considerou o encontro com Lula muito bom. Participaram do encontro também o assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, e a embaixadora Vera Pedrosa, subsecretária-geral de Assuntos Políticos do Itamaraty.

Do lado norte-americano estiveram presentes, além de Bush, o secretário de estado Colin Powell e a conselheira da Casa Branca para Segurança, Condoleezza Rice.

O pedido de eliminação de visto para os brasileiros é uma alternativa para amenizar o mal-estar entre os dois países causado pela exigência da decisão da Justiça brasileira que obriga a identificação de todo o turista americano que entra no país. Baseado no princípio da reciprocidade, o juiz federal Julier Sebastião da Silva, de Mato Grosso, estabeleceu que o turista deve ser fotografado e ter as impressões digitais recolhidas.

A medida entrou em vigor no Brasil no dia 1º de janeiro. Nos Estados Unidos, desde o último dia 5, todos os cidadãos brasileiros que viajam para o país são submetidos a um sistema semelhante de identificação.

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