O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem (9), após o encerramento da 2ª Cúpula da Comunidade Sul-Americana de Nações, em Cochabamba, na Bolívia, que os líderes não têm o direito de falhar com os pobres do continente. “Eu penso que o desafio que está colocado para nós é um só: não temos o direito de falhar com os pobres deste continente. Não temos o direito.”

Lula garantiu que a integração da América do Sul não levaria 50 anos, como ocorreu com a Europa. “Nós vamos fazer em menos tempo, pois temos vontade política, necessidade e queremos transformar a América do Sul, e quiçá a América Latina, num pólo de desenvolvimento e de justiça social.”

O presidente afirmou que não era possível perder mais tempo rumo às mudanças. “Já perdemos o século 19 e o século 20. O século 21 tem que ser da América do Sul e vai depender da nossa capacidade.”

Lula destacou que o povo sul-americano está promovendo uma mudança política na região através do voto. “Quem duvidar do avanço da América do Sul é só olhar quem dirigia este continente há dez anos e quem dirige hoje. O povo está fazendo um câmbio mais rápido do que nós, os dirigentes. Pouca gente no mundo acreditava que, em tão pouco tempo, aqui na América do Sul, o povo elegeria tanta gente comprometida com as causas populares.”

Ao final, o presidente frisou que, embora governe para todos, a preferência tem que ser dos pobres e pediu união aos países sul-americanos.

“Todo mundo sabe que nós governamos para todos, mas que dentro da nossa política a preferência é que os pobres conquistem cidadania, possam estudar, ter acesso aos bens materiais produzidos por eles próprios. Estou convencido de que não há saída individual para nenhum país da América do Sul e da América Latina. Ou nos juntamos e fazemos uma integração política, econômica, comercial, industrial, cultural, ou nós não temos muitas possibilidades.”