Ele já comprou iPad por 90 reais, mas o melhor negócio mesmo fechou no mês passado. Conseguiu levar um Fiat Uno, modelo novo, por 500 reais.

Na época da compra, o carro valia R$ 28,5 mil. O site de compras Guia Mais, do mesmo grupo líder no mercado de listas telefônicas, lançou as ofertas coletivas em abril e a primeira promoção foi o Uno.

Dentre interessados em 80 cidades do País, Jackson arrematou o carro no cartão de crédito, minutos depois da venda ser disponibilizada. No Facebook dele, entre algumas poucas postagens sobre bandas de rock, o que mais aparece é promoção.

Fiel aos sites de compras coletivas, ligado 24 horas nas ofertas, Jackson Dias não perde um bom negócio. “Tablet já comprei um punhado”, comenta.

Até camiseta de time levou por 1 centavo, apesar de não gostar de futebol. “Dei para o meu sogro”, conta. A esposa ganhou um relógio que originalmente custa mais de 350 reais, mas que para Jackson saiu por 4,95.

Apesar do consumismo evidente, uma mania que já virou problema sério em países como os Estados Unidos, o jovem de 27 anos jura que não é um acumulador e que nunca desperdiçou dinheiro por ter consciência sobre a linha que divide o bom negócio da compulsão pelas compras. “Só gasto com o que eu preciso mesmo”.

Formado em Ciências da Computação, o rapaz teve de tirar a profissão do perfil do Facebook depois de tantos comentários do tipo “é armação” ou “ele burlou o sistema”.

Jackson garante nunca ter feito nada ilegal e lembra que nem sequer tinha uma máquina muito potente quando comprou o Uno. Ele diz que aposta apenas na sorte e em alguns macetes.

“Acompanho sempre as promoções e deixo meus dados já no sistema do site. Na hora da compra, é só digitar os últimos números do cartão e pronto. É rapidinho”, ensina.

Ontem ele retirou o carro da concessionária, feliz da vida, sob os olhares de funcionários morrendo de inveja do feito de Jackson. “Ofereci 5 mil à vista. Ele não aceitou”, brincava um dos “telespectadores” do sortudo.