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Geral

Língua portuguesa, inculta e bela!

Alcides Silva - 13 de outubro de 2013 - 16:00

Língua portuguesa, inculta e bela!

Frases ouvidas no dia-a-dia:


a – “A cerveja desce redondo”.
Para muita gente a propaganda que se ouve e se vê diariamente está errada, porque sendo cerveja palavra feminina, o correto seria redonda. Errado está quem assim pensa.
Não é cerveja que é redonda, mas o modo como ela desce. Trata-se, pois, de uma forma adverbial. E os advérbios, denotando uma circunstância de lugar, de tempo, de modo, de intensidade, de negação, de dúvida e de afirmação, segundo a “Nomenclatura Gramatical Brasileira”, são palavras invariáveis, permanecem em forma neutra, geralmente correspondente à do masculino: “A moça dança rápido”. “Rápido” e não “rápida” é o modo como a moça dança. “A mulher falava alto” e não falava alta. Rápido e alto são advérbios e por isso não concordam com os termos que lhes antecederam (moça, mulher).
Assim, “a cerveja desce redondo”, principalmente quando a vontade é bastante e o calor ajuda.


b- “Tomei uma guaraná gelada”
O correto é “Tomei um guaraná gelado” pois guaraná (do tupi uaraná) é substantivo masculino. O hábito de usar essa palavra no gênero feminino nasceu possivelmente do fato de a maioria dos refrigerantes consumidos no Brasil ter nomes femininos: Pepsi, Sprite, Fanta, Cocacola ,Cotubaína, Suquita, etc.


c – “Ele é de menor e eu sou de maior”.
Ninguém é de maior ou de menor. Pode ser menor de idade ou maior de idade, menor ou maior, mas não de menor ou de maior. No caso, menor, maior são predicados nominais e o verbo empregado é de ligação (funciona apenas como um elo entre o sujeito e seu predicativo) e não admite preposição. “Ele é alto (de altura acima da média).


d – “Antônio namora com Maria”.
Namorar é cortejar, galantear, sentir interesse por, apaixonar, cativar, atrair. É verbo transitivo direito e não admite preposição. Não se necessita de nada para o namoro, a não ser o objeto amado, no caso do Antônio, a Maria. Quem namora o faz diretamente e sequer gosta de “vela”, isto é, de alguém “segurando a vela”. A ação expressada pelo verbo namorar transita, isto é, passa, diretamente para o complemento (objeto direito). O certo então é “Antônio namora Maria”.


e – “Desculpem a nossa falha”.
Quem desculpa, desculpa alguém de alguma coisa e quem pede, solicita-a a alguém. “Desculpar”, no sentido de relevar ou absolver, é verbo transitivo direto e indireto. A ação transita, passa, caminha para outros elementos da oração direta e indiretamente e, por isso, o verbo requer simultaneamente objeto direto e objeto indireto para completar-lhe o sentido. Assim, o correto é “Desculpem-nos da nossa falha”. “Desculpem-me de minha ignorância”.
Já “desculpar”, com a significação de conceder perdão ou justificar, é verbo transitivo direito: “Não desculpo os maus políticos”. “Não desculpo os locutores da televisão”.

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