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Lessa: o miolo do Brasil está pronto para o crescimento

APn - 22 de novembro de 2003 - 09:42

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Carlos Lessa, encontrou na metáfora a melhor forma de enfatizar a perspectiva de a economia dos estados do Centro-Oeste, entre eles Mato Grosso do Sul, e o Distrito Federal, crescer ainda mais com a implementação do corredor bioceânico. “O ‘miolo’ do Brasil está pronto para uma explosão (crescimento)”, disse Lessa ontem à noite na Unaes (Faculdade de Campo Grande), durante a palestra Desenvolvimento e integração dos países da América do Sul, assistida por cerca de 250 pessoas, entre elas o governador Zeca do PT.

A adoção de uma política de logística de transporte intermodal, a partir da concretização da rota bioceânica, seria, segundo o dirigente do BNDES, fundamental para o projeto de ligação Atlântico-Pacífico. Carlos Lessa chegou a comparar o processo de integração da América do Sul à expansão dos Estados Unidos em direção ao Oeste, consolidada no século XIX.

O desenvolvimento de um sistema monetário, a exemplo do euro, na União Européia (UE), aliado à infra-estrutura de transporte, é apontado por Lessa como importante componente na integração sul-americana. Seria, de acordo com o presidente do BNDES, como “ ‘soldar’ o sistema financeiro da América do Sul com uma moeda”.

Ao contrário de algumas posições acadêmicas nacionais que pregam a necessidade de o Brasil ter uma função hegemônica da região, Carlos Lessa refuta o receituário norte-americano de sobreposição a outras nações. “Não se iludam com o discurso da competição. Na geopolítica o discurso é da cooperação.”


O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social citou a construção de Brasília, no final da década de 50, como principal fator que possibilitou a expansão oeste do Brasil e da Amazônia meridional. Lessa lembrou desse fato como precedente importante nas etapas de integração da América do Sul.

Carlos Lessa fez uma síntese da história da formação das nações sul-americanas e buscou em Simão Bolívar, um dos grandes defensores da unificação da América espanhola, a necessidade de se pensar na integração econômica da região. Segundo Lessa, Bolívar pensava a união hispano-americano como forma de se evitar que a América do Sul fosse “engolida pelos gigantes do norte”, neste caso os Estados Unidos.

Além do governador Zeca do PT, acadêmicos, professores e empresários, assistiram à palestra do presidente do BNDES o secretário de Estado de Coordenação Geral do Governo, Paulo Duarte, o secretário de Estado de Infra-estrutura e Habitação, Maurício Arruda, o diretor-geral da Unaes, João Leopoldo Samways Filho, o diretor-presidente do Detran (Departamento Estadual de Trânsito), Gilberto Tadeu Vicente, o presidente do Conselho Regional de Economia (Corecon), Paulo Ponzini, o diretor-presidente da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, Pedro Ortale, e o diretor-presidente da Fundação Estadual de Turismo, Carlos Porto.

A palestra de Carlos Lessa em Campo Grande foi uma realização do Conselho Regional de Economia (Corecon), com apoio do governo de Mato Grosso do Sul, Sindicato dos Economistas (Sindecon), Unaes, Vivo, Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e Banco do Brasil.

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