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Lesões traumáticas: principal causa de morte em crianças

Agência Notisa - 13 de dezembro de 2008 - 06:43

Lesões traumáticas são a principal causa de morte em crianças com mais de um ano de idade
Segundo estudo publicado na Acta Ortopédica, lesões são também segunda causa de internação em pessoas com menos de 15 anos.

Pesquisadores da Disciplina de Ortopedia Pediátrica do Departamento de Ortopedia e Traumatologia da Unifesp (Escola Paulista de Medicina) afirmam que o quadro epidemiológico de traumas sofridos pelas crianças é diferente do de adultos. Segundo Akira Ishida e colegas, no mundo, as lesões traumáticas são a principal causa de morte em crianças com mais de um ano de idade e a segunda causa de internação em pessoas com menos de 15 anos. Além disso, muitas vezes, as lesões são conseqüência de maus tratos e espancamento. “Os acidentes no trânsito e as quedas de altura são, em geral, responsáveis pelos comprometimentos mais sérios”, pontuam em artigo publicado na última edição da Acta Ortopédica de 2008.

O estudo teve como objetivo identificar os tipos de lesões traumáticas em crianças e adolescentes no Brasil e os respectivos impactos sócio-econômicos, visto que os dados nacionais são escassos, segundo os autores. Para tanto, eles analisaram os prontuários médicos de um centro de trauma, o Hospital Geral de Pirajussara, em Taboão da Serra (SP), entre dezembro de 2005 e dezembro de 2006. De acordo com o texto publicado, foram coleados registros de 182 pacientes, sendo a maioria formada pelo sexo masculino: 71% contra 29% do sexo feminino, sendo 48% não brancos e 52% brancos.

“O mecanismo de trauma mais freqüente foi a queda (36%). A média de dias de internação foi 4,1 dias, com gasto estimado de R$ 649,50 para cada paciente. A taxa de mortalidade foi de 2,74%, sendo o traumatismo crânio-encefálico responsável por 80% da mortalidade e os maus tratos presentes em 40% dos óbitos”, dizem os autores no texto. Além disso, no Brasil, predominam os traumas dos membros superiores nas crianças que necessitam ser internadas, o que está vinculado a quedas, ao contrário de paises desenvolvidos, onde predominam lesões dos membros inferiores, mais ligadas a acidentes de trânsito. Na mesma direção, traumatismo craniano (TCE) e fratura de fêmur são os traumas mais custosos e de pior evolução, pois necessitam de maior tempo de internação e são os que mais freqüentemente levam à morte.

De qualquer forma, ainda que o TCE e a fratura de fêmur custem dinheiro aos cofres públicos, “os gastos com saúde no Brasil ficam muito aquém do valor despendido nos países desenvolvidos”, dizem os médicos, mostrando a necessidade de verbas condizentes para o problema e alertando que “devem ser realizadas medidas que priorizem a prevenção do trauma infantil”.

Agência Notisa (science journalism – jornalismo científico

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