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Leishmaniose precisa ser mais pesquisada e controlada

Agência Notisa - 22 de abril de 2005 - 14:44

A Leishmaniose é um doença infecciosa causada por protozoários que provoca o aparecimento de feridas na pele e, em alguns casos, destrói a cartilagem do nariz e o interior da boca e da garganta. Os cães têm sido considerados importantes reservatórios no ciclo doméstico da leishmaniose e transmissores da doença ao homem. Mesmo com as medidas de controle adotadas em áreas endêmicas, como a eliminação dos animais, a incidência da doença não tem diminuído. Isso é o que mostram pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz em um estudo realizado, entre julho de 2001 e setembro de 2002, com 120 cães de Barra de Guaratiba, região endêmica para a Leishmaniose.

As amostras de sangue foram coletadas e encaminhadas para análise. De acordo com artigo publicado na edição de janeiro/fevereiro de 2005 dos Cadernos de Saúde Pública, o insucesso do controle da doença está relacionado aos critérios usados para a seleção dos cães a serem eliminados, que se baseia no diagnóstico por técnicas sorológicas. Segundo os pesquisadores “essas metodologias apresentam baixas sensibilidade e especificidade, acarretando taxas de infecções subestimadas e, conseqüentemente, permitindo a manutenção de animais infectados nas áreas endêmicas”.

A equipe constatou que a soroprevalência canina em Barra de Guaratiba após 12 meses de estudo, foi de 25,0%: “observamos que no período de 2001 a 2002 além de uma alta prevalência de cães infectados, também está ocorrendo a transmissão ativa da leishmaniose, apesar das campanhas implementadas, visto que durante o mesmo período foi detectado um caso humano e, no grupo de animais infectados, 20,0% contraíram a doença no decorrer do acompanhamento”.

Os pesquisadores observaram também que os cinco cães que foram contaminados durante o estudo levaram de dois a oito meses para contrair a doença e a maioria possuía menos de três anos de idade. Estes resultados ressaltam, segundo eles, a necessidade da execução dos inquéritos sorológicos pelo menos bimensais, que visem o diagnóstico rápido da doença. Além disso, eles verificaram que “a proximidade da mata mostrou uma correlação direta com a incidência de casos caninos, já que 100,0% dos animais que soroconverteram moravam nestes locais, como também 84,0% dos animais soropositivos”.

Dessa forma, a equipe ressalta a necessidade de se implementar medidas de controle da leishmaniose que levem em conta as diferenças microambientais de cada região e sugere que o uso de outra técnica que permita a detecção precoce dos animais infectados e também identifique dentro da população canina aqueles que possivelmente desenvolverão a doença.



Agência Notisa (jornalismo científico - science journalism)

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